Com o objetivo de reforçar as ações de prevenção à febre amarela, a Prefeitura de Poços de Caldas promoveu, por meio das secretarias de Saúde e Turismo, uma reunião com representantes da CITUR - empresa responsável pela concessão de pontos turísticos na cidade. O encontro teve como foco a intensificação das estratégias de conscientização e proteção dos visitantes que frequentam as áreas de mata e de grande circulação de turistas.
Entre as medidas já em andamento estão a instalação de placas informativas nos atrativos turísticos, alertando sobre a importância da vacinação, além de campanhas educativas com apoio da Secretaria Municipal de Comunicação. “Estamos intensificando as ações no município, mas é fundamental que quem vem a Poços também esteja protegido. A vacina é segura, gratuita e a principal forma de prevenção. E adentrando áreas de mata ou suas proximidades não deixar de usar repelente, roupas compridas e sapato fechado”, alerta o secretário de Saúde, Dr. Luis Augusto de Faria Cardoso.
CORREDOR ECOLÓGICO - A vacina contra a febre amarela deve ser aplicada com pelo menos 10 dias de antecedência da viagem para garantir a eficácia da proteção. A orientação é que turistas que pretendem visitar Poços de Caldas procurem um posto de saúde caso ainda não estejam imunizados. A Secretaria de Saúde segue reforçando o alerta e disponibilizando doses nas unidades básicas do município.
O primeiro caso confirmado da doença em humano neste ano foi registrado no início de abril: um homem de 36 anos que está em tratamento e sendo monitorado pelas autoridades de saúde. Desde janeiro, já havia sido identificado um caso em primata não humano no município, o que levou ao aumento das ações de vigilância e imunização. A cidade está localizada em uma região considerada corredor ecológico, o que aumenta o risco de circulação do vírus.
Além da vacinação, o município tem promovido Dias D, capacitações para profissionais de saúde, visitas domiciliares para atualização dos cartões vacinais, atividades educativas em escolas e empresas, e imunização de servidores públicos.
MACACO NÃO É VILÃO - A Prefeitura reforça ainda a importância da preservação dos primatas não humanos, que sofrem diretamente os impactos da febre amarela. A doença tem causado a morte de espécies como os bugios (Alouatta clamitans), altamente sensíveis ao vírus. “Infelizmente, ainda não existe uma forma segura de imunizar os primatas não humanos nesta frente, e a vacina humana para eles poderia ser letal”, explica o secretário Dr. Luis Augusto.
O secretário de Turismo, Arison Siqueira, destaca a preocupação com possíveis agressões aos animais, motivadas por desinformação. “Há pessoas que ainda associam, de forma equivocada, a transmissão da doença aos macacos. Isso é extremamente preocupante. Os bugios são grandes semeadores das florestas e sua ausência pode trazer sérias consequências à biodiversidade local. É muito importante tê-los saudáveis pois são sentinelas naturais contribuindo com a nossa vigilância Epidemiológica” disse.
A Prefeitura lembra que agressões a primatas são consideradas crime ambiental. E alimentá-los não é recomendado, pois além de provocar desequilíbrios ambientais e na saúde animal, pode aumentar o risco de contrair raiva humana, a partir de mordeduras acidentais. Denúncias podem ser feitas aos órgãos competentes para garantir a proteção desses animais, que, longe de serem vilões, são importantes aliados na detecção precoce da febre amarela.