Mais de 101 mil pessoas de 120 países assinam petição na Change.org contra decreto que muda lei sobre direito à cidadania italiana; Brasil é o país de origem de 57% das assinaturas, seguido de Itália, Argentina e Estados Unidos
Mais de 101 mil pessoas assinaram uma petição online na Change.org para combater o decreto que limitou o reconhecimento da cidadania italiana a apenas filhos e netos de italianos. O abaixo-assinado ganhou repercussão internacional, recebendo apoio de 120 países diferentes: change.org/SiamoItaliani
Os 10 países com mais assinaturas são:
Brasil – 58.151
Itália – 15.328
Argentina – 13.191
Estados Unidos – 4.352
Irlanda – 1.504
Reino Unido – 1.354
Uruguai – 873
Portugal – 769
Chile – 735
Espanha – 548
O dado é referente ao país onde a assinatura digital foi realizada. “Essa campanha mostra o potencial de alcance dos abaixo-assinados online”, afirma Monica Souza, Diretora Executiva da Change.org Brasil. “Uma brasileira que vive na Itália decidiu mostrar seu descontentamento por meio de uma petição na Change.org, e milhares de pessoas de todos os continentes se identificaram e decidiram se unir a ela", completa.
O abaixo-assinado caracteriza o decreto de Antonio Tajani, Ministro das Relações Exteriores da Itália, como “traição”: “A Itália tem uma longa história de emigração que levou milhões de italianos a se estabelecerem em diversas partes do mundo. Seus descendentes mantiveram vivas as tradições, a cultura e o vínculo com nosso país, contribuindo para a difusão da língua e da identidade italiana no exterior. Agora, o governo corre o risco de trair essa herança e privar milhões de pessoas de um direito histórico.”
De acordo com o Ministério de Relações Exteriores da Itália, 20 mil brasileiros obtiveram a cidadania italiana em 2024, 6 mil a mais que em 2022. "O princípio do direito de sangue não será abolido e muitos descendentes de emigrantes poderão obter a nacionalidade italiana", declarou Antonio Tajani.
O decreto está em vigor desde 28 de março e tem vigência de 60 dias. Neste período, o Parlamento italiano precisa aprová-lo para que se torne permanente, e a primeira ministra Giorgia Meloni tem maioria tanto na Câmara quanto no Senado.
Saiba mais em: https://www.change.org/.