09/07/2024 às 16h28min - Atualizada em 09/07/2024 às 16h28min

O justo repouso do maratonista

Lauro A. Bittencourt Borges - cronista gastronômico, viajante compulsivo e membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista
Instagram: @lauroborges
Josiane e Lauro Borges na Rampa do Cristo: terceiro pit stop com direito à belíssima paisagem da Serra da Mantiqueira

 
Aos cinquenta e quatro anos, quebrei um tabu neste inverno de 2024. Nunca é tarde!
Planejei para o domingo, véspera de dia de São João, um roteiro intenso em Poços com os amigos Luisinho Galli e Ellen. E intenso não é força de expressão. Ouçam!
 

O tour vulcânico começou por volta das dez da manhã na Queijaria Pátio de Pedra. Fizemos o desjejum na bela propriedade de Elena Stein Carvalho Dias, a produtora do singular queijo Minas artesanal de leite cru, feito da ordenha do rebanho caracu, criado ali mesmo, na Fazenda Chiqueirão. Além do queijo curado, um verdadeiro tesouro láctico desta Mantiqueira, o freguês pode se deleitar com pão de queijo e bolos da casa, café e sucos de fruta da estação. Doces em calda e geleias, tudo produzido por eles, estão na prateleira de iguarias pedindo: “Me leva pra casa!”.
 
A segunda parada do périplo foi na Fazenda Irarema. Tecnicamente, o lugar fica no município paulista de São Sebastião da Grama, mas não há como dissociar a estância de Poços de Caldas. Os proprietários são poços-caldenses e o acesso mais fácil é por Poços, cinco quilômetros em boa estrada distantes da represa Bortolan. O premiado azeite Irarema é o protagonista, mas as mesas e a loja sob a impactante construção de madeira, vidro e ferro oferecem um cardápio de cafeteria, um lauto brunch e uma variedade de produtos regionais. Bebemos lá pelas treze horas a primeira cerveja do dia.



Já era meio da tarde e escalar a montanha estava no script como terceiro pit stop. Depois de apresentar aos cúmplices de passeio o novíssimo Mercado do Cristo, o pôr do sol foi também no topo de Poços. No Restaurante da Rampa da Cervejaria Gonçalves, o frio foi aliviado pela fotografia da paisagem, pelos pasteizinhos de costela, pelas cervejas encorpadas e por uma cachacinha redonda cujo rótulo eu não vi.

 

 
Oito da noite, hora de tomar o rumo de nossa última parada, a linha de chegada da nossa maratona etílico-gastronômica. O que combina com noite de domingo? Dez entre dez cidadãos responderão pizza. Eu não me perdoaria se não apresentasse aos comparsas o disco napolitano do amigo William Gonçalves. Sua A Napoletana, na João Pinheiro, está há muito no rol das pizzas essenciais da região. E foi no quintal da pizzeria que brindamos com vinho o êxito do nosso prazeroso itinerário.

Hora de dormir…
 

















E voltando ao primeiro parágrafo destas linhas, revelo o tabu quebrado: pela primeira vez em mais de cinco décadas de existência, este cronista pernoitou em Poços. E minha escolha de hospedagem foi por indicação do músico e vizinho de Fonte Platina, o virtuose Paulinho Sguassábia. Elegi, para o justo repouso, a cama confortável, os lençóis perfumados e o bom chuveiro do Minas Garden. O hotel, bem localizado no coração da cidade, serve um café da manhã completíssimo. O atendimento é gentil, superprofissional, e faz a gente se sentir paparicado o tempo todo. No rooftop, há uma vista linda para o Cristo, que pode ser contemplada do bar ou da banheira de hidromassagem. Há dezoito anos sob o comando da família Carneiro - fundado pelo patriarca Roberto -, o Minas Garden hoje é administrado pelos filhos André e Flávio, que imprimem um ritmo forte de modernização total do estabelecimento. O que é bom, tenho certeza, vai ficar excepcional.

 
Hotel Minas Garden
R. Dr. Francisco Faria Lobato, 50
Centro - Poços de Caldas (MG)
Reservas: (35) 3712-6000
 









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