Desde que descobrimos que se torrar e moer os grãos de café e adicionar água quente teríamos uma bebida prazerosa e benéfica ao organismo, há sempre um ‘Professor Pardal’ em algum lugar do planeta criando invenções mirabolantes em equipamentos, utensílios e receitas para a extração do melhor café, ou de tudo de melhor que possa ser extraído dos grãos.
Vale lembrar da Sra. Melitta Bentz, dona de casa alemã e seu famoso filtro de papel Melitta, que revolucionaram a forma de coar café em substituição aos coadores de pano, invenção de outra mulher, a francesa Marie Fanny Amelie Massot, conhecida como Madame Vassieux, no século 19. Ainda na Alemanhã, tivemos a Chemex, invenção do químico Peter Schlumbohm. Os italianos nos presentearam com a primeira máquina de preparar café espresso, graças ao Sr. Angelo Moriondo; a Moka, ou Cafeteira Italiana, do Sr. Biallet; e a Prensa Francesa que, apesar do nome é criação de outro designer italiano, Attilio Callimani. O Japão é outra ´fabrica de ideias´ quando o assunto é utensílios para café. Um dos mais famosos, muito usado nas cafeterias, é a V60, desenvolvida pela indústria Hario. E tantas outras invenções.
Entretanto, como comentamos na última coluna Lugares de café, tivemos a oportunidade inédita de degustar o café preparado num Sifão de Equilíbrio, ou Cafeteira Belga (foto) como também é conhecida. Uma peça digna de destaque no espaço de café dos coffee lovers mais fanáticos e requintados, afinal o item pode ser encontrado com cristal Baccarat e banhado a ouro, se assim desejar. Uma máquina que faz lembrar um objeto de museu de laboratório químico. Apesar de variações do método por sifão ou vácuo, Cafeteira Belga é um invento patenteado pelo parisiense Louis Gabet, que criou o sifão de pêndulo.
O método consiste em dois recipientes colocados lado a lado num dispositivo semelhante a uma balança. O café é colocado em uma câmara (geralmente de vidro) e a água na outra (geralmente de cerâmica). Uma lâmpada aquece a água, forçando-a a passar pelo tubo e entrar no outro recipiente, onde se mistura com o café. Quando a água é transferida para o segundo recipiente, seu peso aumenta e aciona um pêndulo que desliga automaticamente o queimador na hora certa. Forma-se um vácuo parcial que sifona o café moído por um filtro e o retorna ao primeiro recipiente. O café está pronto para ser servido por meio de uma torneira.
Como você deve estar imaginando, de fato o método não é nada prático para quem sai cedo para trabalhar e não dispensa uma xícara de café fresquinho. Entretanto, estamos falando de ‘ritual de café’, aquele momento em que você para tudo e se dedica à experiência de preparar e degustar um café extraordinário em que todo o processo de funcionamento faz parte da experiência sensorial. O resultado? Um café delicioso! Uma bebida com doçura marcante, baixa acidez e nenhum amargor. Mas, atenção: é preciso que os grãos sejam de qualidade que para ter uma bebida saborosa. Caso contrário... deixa pra lá!
Peças em metal e vidro podem ser encontradas por sites de venda na internet. Antes, porém, se estiver em Poços de Caldas você pode experimentar o café na Cafeteira Belga na Casa do Colono – Café & Bistrô, no edifício da Thermas Antônio Carlos, um de nossos cartões-postais.
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