18/03/2024 às 15h36min - Atualizada em 18/03/2024 às 15h36min
Fui enganado e você também
Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google
Certamente você já caiu nessa.
Está navegando pela infovia e se depara com um vídeo prometendo a cura da calvície, da coceira do cachorro, da diabetes, da depressão, do lúpus, da hemorroida, enfim, dos seus problemas financeiros, emocionais, sexuais, psicológicos e que tais.
Daí, você fica assistindo o vídeo com a “promessa da cura milagrosa” que irá resolver de imediato aquele problema que há tempos o incomoda.
A fórmula é a mesma.
O vídeo começa falando do problema e dos gastos desnecessários que você ao longo da vida teve e nunca resolveu.
“Mas agora... (soam os tambores).... depois de vários anos de pesquisa, o Dr. Charles Darwin Pasteur Einstein, descobriu a cura para o seu problema e você vai, finalmente, resolver a situação gastando muito pouco.”
E toca você assistir a mais depoimentos confirmando a “cura”, depois de usar a fórmula, o método, a loção, a poção, a erva.
“A indústria química não se conforma com essa revelação e vai tirar o vídeo do ar. Você só tem uma chance e tem que ser agora. Nós nos preocupamos muito com você!”.
E então, se você, apesar da enrolação, da falação, da embromação, da promoção, da encheção de linguiça, foi até o final, descobriu que gastou muito tempo da sua vida ou perdeu muito tempo por tanto blá, blá, blá...
E chega a uma conclusão.
Se algo precisa de muita justificativa, de tantos depoimentos, se a facilidade é muita, a expectativa é grande, pode ter certeza, alguma coisa tem de errado.
Não seria mais fácil para as empresas e para o consumidor um anúncio assim. “Shampoo que acaba com a coceira do cachorro. Valor X. Compre assim...”?
Mas, não.
A “indústria” aproveita as redes para capturar e enganar os “peixes”. Isso sem falar das falcatruas, das mentiras, das compras sem entrega...
Como eu que, certa vez, comprei uma esteira e recebi um óculos.
É assim. As redes vivem da nossa falta de visão.
E a pergunta que não quer calar: Quando seremos curados?
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