14/02/2024 às 16h41min - Atualizada em 14/02/2024 às 16h41min
Cinzas
Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google C
Ninguém fica indiferente perante o carnaval.
Uns se “acabam” de tanto beber, foliar e ir atrás de bloquinhos ou escolas de samba, com ou sem abadás, nas ruas, passarelas ou nos camarotes.
Há os que fazem retiro espiritual, os que vão pescar (afinal estão muito nervosos) e os que fazem parte do “Unidos do Pijama” ou da “Acadêmicos da Netflix”.
Temos ainda os saudosistas de outros carnavais (os “fui leão) e os que ficam encantados como príncipes (ou sapos?) no reinado de Momo.
Os que “tiram os dias para descansar” e os que tiram para desandar.
O tempo do beijo sem compromisso (“vou beijar-te agora não me leve a mal, hoje é carnaval”), os do sexo descompromissado (“o que acontece no carnaval fica no carnaval”), muito embora a maioria dos partos no Brasil aconteça em novembro e dezembro, coincidentemente, nove meses depois da folia.
A pergunta será sempre a mesma:
- Você gosta de carnaval?”
E a resposta ficará usualmente entre o amor e o ódio:
- “Detesto”. “Amo”.
Entre o passado e o presente:
“Já gostei muito”. “Nunca gostei”. “Sou apaixonada pelo carnaval”.
São apenas quatro dias (em muitos lugares vai além), em que, muitas vezes, depois do fogo, sobram cinzas que determinarão os próximos quarenta anos.
Carnaval é uma festa popular de alegria e diversão e as fantasias, alegorias e adereços podem fazer parte do enredo da vida e usadas em harmonia com a realidade.
Mas não tem como fugir.
Cada um dos integrantes da Escola de Samba da Vida, seja passista, mero figurante ou destaque, será sempre o mestre-sala de sua própria existência, porta-estandarte de sua verdade.
Verdadeiramente, na passarela do cotidiano, independente da ala a qual pertença, cada um é responsável por sua própria evolução.
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