09/10/2023 às 15h38min - Atualizada em 09/10/2023 às 15h38min
Viva o livro! Vivo!
Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google c
Hoje me peguei olhando para o interior de uma biblioteca.
Senti uma tristeza enorme na sensação de estar em frente a um “cemitério de livros”.
A cada obra que olhava, ali no “túmulo das prateleiras”, imaginava o tanto que custou da vida do seu escritor ou escritora.
E agora?
Um livro se encostava ou se sobrepunha a outro, esperando, empoeirado, um leitor ou leitora que pudesse lhe dar vida.
Verdadeiramente, um Livro só tem nascimento e identidade quando lido.
Não o sendo, é apenas um objeto inanimado em uma escrivaninha,
Um monte de papel esquecido em uma gaveta, um bibelô em um quarto, um corpo sem vida em uma biblioteca.
Livro existe para materializar histórias, ideias, emoções.
Não lido, perde a sua essência, sua função, sua vida.
Morre de inanição, pois seu alimento é a leitura.
Livro não nasce, não é escrito, para ser objeto de decoração,
elemento cenográfico de um quarto.
Por tudo, o verdadeiro escritor não quer que as pessoas apenas comprem seu livro. Muito mais que isso, espera que as pessoas leiam o seu livro.
Nos dias atuais, de pouca leitura notadamente dos livros físicos, onde o marketing lança os “best sellers” do ano, onde as regras do mercado ditam os “melhores livros” e pessoas compram apenas para estarem na moda, é possível acreditar que um escritor pode até ter muitos livros vendidos e possuir poucos leitores.
Enfim, ao sair da biblioteca com um livro em minhas mãos, pude perceber o aconchego das páginas, o sorriso da capa, os olhos das letras, a me abraçarem como um pai, um filho, um grande amigo. Naquele momento, me senti como se presenciasse um renascimento.
Viva o livro! Vivo!
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