27/09/2023 às 16h09min - Atualizada em 27/09/2023 às 16h09min
Para onde será nossa próxima viagem?
Por Odair Camillo - Jornalista
Fotos: Brand-News
“Eclética e imprevisível, assim é nossa agenda de viagem”, escreveu Lurdinha
“Sabem aquela camiseta mineira que traz estampada as palavras “oncotô”, “proncovô” e “doncossô”? Vou comprar uma e sair por aí..."
“Como jornalistas de Turismo, estamos sempre de olho nos e-mails que chegam. E arrumar uma mala num vapt-vupt é minha especialidade. E pode acontecer de chegar dois convites com embarque imediato - um para o Tibet e outro para a inauguração de uma gracinha de hotel, em uma gracinha de cidade, pertinho, que nem um tirinho de espingarda. Agenda de jornalista de Turismo é assim: eclética e imprevisível. Mas, no problem, como dizem os jamaicanos.”
(Lurdinha Camillo)
Ao reler um dos melhores livros de viagens até hoje publicados, “Lurdinha Camillo - Pelo mundo”, nele observo a sinceridade, o carisma e a curiosidade de minha companheira jornalista nas viagens turísticas que fizemos por mais de 58 países ao redor do mundo.
A esposa, ativa e inteligente, que observava meu trabalho em busca de informações e indicava os melhores ângulos fotográficos para comporem a reportagem, ao mesmo tempo procurava observar os detalhes, às vezes até mais importantes, que haviam passados despercebidos por mim.
E desse entrosamento, marido e mulher, passariam a ser publicados nas edições sobre o destino turístico, num trabalho de informação e pesquisa – surgindo, ao mesmo tempo, uma crônica leve, saborosa e detalhista sobre o mesmo assunto, muito bem protagonizada por Lurdinha.
Agora, passados os anos de sua ausência, sem qualquer pretensão de voltar às minhas viagens, quando ainda procuro me restabelecer sem resultados de seu convívio, nas hora vagas, sentado ao lado do sofá da sala onde ela costumava deitar-se, cansada após as sessões de quimioterapia, abro a sua “obra literária”, que deixou para seus familiares e leitores amigos e, em cada linha, em cada parágrafo, sinto a sua presença e a vejo, embora doente, bela e sempre sorridente, perguntando-me: “Para onde será nossa próxima viagem?”. E não há um ser humano que resista a tal indagação, e começo a chorar...