11/09/2023 às 15h29min - Atualizada em 11/09/2023 às 15h29min

Desfiliando

Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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Foto: Reprodução Onda Poços
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Não é culpa de ninguém.
Naquele tempo, íamos ao desfile de sete de setembro para desfilar e ver pessoas desfilando. Era uma festa, a expectativa era grande e todo mundo fazia questão de participar. Aqui em Poços, a Praça Pedro Sanches era o palco e nós éramos os artistas. Milhares de estudantes de vários colégios e escolas da cidade, além de centenas de outras pessoas de outras entidades, disputavam a competição de “quem desfilou melhor”. Pais, mães, amigos, parentes, ou simplesmente curiosos, disputavam, por sua vez, cada metro, para ver filhos, amigos e parentes e tirar fotos que hoje permanecem guardadas em álbuns em fundos de gavetas como provas analógicas de uma época. Naquele tempo, dezenas de balizas, com beleza e graça, faziam suas coreografias e encantavam a plateia e as bandas eram um espetáculo à parte.
“Nós somos da Pátria a guarda, fiéis soldados, por ela amados...”
 
Hoje, ainda temos, muitos “heróis da resistência” que perpetuam a beleza de um desfile, como vimos no último Sete de Setembro na cidade.
A prefeitura, a Secretaria Municipal de Educação, professores, diretores e coordenadores de escolas e centenas de pessoas fizeram o seu melhor. Crianças traziam o seu sorriso, pais assistiam orgulhos. Entidades representativas do município e dirigentes, maestros e componentes de bandas se esforçaram para manter a tradição da “festa da Independência”. O palanque das autoridades era o mesmo. O Hino Nacional também, as músicas e a data idem.
 
Não é culpa de ninguém.
Porém, ao que nos parece, hoje já não temos mais a mesma animação, isso em todo o país. O número de pessoas que participaram do desfile é infinitamente menor, embora a população seja efetivamente muito maior e as fotos digitais tiradas nos celulares, provavelmente, se perderão com o tempo.
Alguns podem até inferir que o nosso patriotismo foi perdendo força por assistirmos, ao longo do tempo, o desfile da corrupção, falcatruas, desgovernos e falta de amor à pátria e aos seus cidadãos e nesse cenário, o desfile perdeu a sua audiência.
 
A bandeira brasileira parece estar a meio mastro.
O Hino Nacional já não ecoa como antes nas salas de aula.
O verde e amarelo se misturam hoje com outras cores.
Não é culpa de ninguém.
Ou será culpa de todos nós?
“Como é sublime, saber amar, com a alma adorar, a terra onde se nasce!”
 
 


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