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24/08/2023 às 16h13min - Atualizada em 24/08/2023 às 16h13min

Cápsulas de café - será o conforto sustentável?

@batomnaxicara / www.batomnaxicara.com.br
Fotos: Reprodução Google / Reciclasampa
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Quem ainda se lembra da série A Feiticeira, que mostrava o dia a dia de uma dona de casa especial que, impedida de usar seus poderem mágicos, não se abalava em receber, de última hora, os amigos do marido para jantar, tirando proveito dos mais diversos utensílios domésticos projetados para auxiliar desde a limpeza da casa ao preparo do que seria servido? Assim, Samanta estava sempre muito disposta e se apresentava maravilhosamente vestida para os convidados. Eram os anos 1950, pós-guerra, resgate da mulher como dona de casa, eletrônicos com novas tecnologias para facilitar a vida de todos. A ideia de menos esforço para ter mais tempo para o deleite. Nessa época, as cafeteiras elétricas já faziam parte desse arsenal, e felizmente, não pararam de evoluir.
 
A história do café em cápsula tem seu início quando um engenheiro da Nestlé, em visita a cafeterias na Itália, em 1975, observou que os baristas puxavam continuamente as alavancas de suas máquinas de café espresso para aumentar a pressão, e mudar a forma como o café era extraído. Nos dez anos seguintes, ele trabalhou essa ideia e desenvolveu um equipamento para criar um preparo simples que imitasse a dinâmica de uma máquina de café espresso, fazendo surgir a cafeteira Nespresso, lançada pela suíça Nestlé em 1986.
 
Como não obteve sucesso ao vender as máquinas para prédios corporativos, como estava no plano de negócios inicial, em 1988 a empresa mudou o foco da comercialização direcionado para consumidores domésticos como um item de luxo, criando um mecanismo para que os clientes se sentissem parte de um estilo de vida exclusivo do consumo de café em cápsulas. O resultado foi uma escalada rápida nas vendas num crescente que se mantém até hoje. Para se ter uma ideia, a receita da Nespresso em 2006, ultrapassou os 500 milhões de libras, fazendo surgir vários concorrentes na produção de café encapsulado. Atualmente, existem cerca de 400 marcas de cápsulas compatíveis a máquina Nespresso no mercado.
 
Desde a sua criação até o momento, qualidade e sustentabilidade têm sido foco das empresas. O café especial foi adicionado às cápsulas, e estas sendo produzidas cada vez com material de melhor qualidade e condições de reciclagem.
 
Sustentabilidade e qualidade destacam-se, também, na agenda dos consumidores em todo o mundo. Com a demanda por café de melhor qualidade, os consumidores de café em cápsulas buscam maior sustentabilidade e transparência. Isto é, há um olhar crítico para o impacto ambiental e a garantia de receber um produto de qualidade. Para se ter uma ideia, só em 2018 cerca de 56 bilhões de cápsulas foram para aterros, com menos de 5% de todas as cápsulas sendo recicladas. Existe a preocupação com a reciclagem dos materiais envolvidos, porém ainda faltam políticas de logística reversa e trato do material para que o impacto diminua. Apesar destas questões, o desejo e a conveniência de ter bebidas de cafeteria no conforto de suas próprias casas, ainda se mantém acesso, o que faz com que o mercado de cápsulas de café continue a prosperar.
 
Até há pouco tempo, extraíamos café espresso em casa com máquinas que usavam sachês. Vale lembrar que eram práticos e totalmente recicláveis. No entanto, o mercado das cápsulas - máquinas mais compactas que cabem em qualquer lugar e podem até serem transportadas com facilidade -  venceu e veio para ficar.
 

O que se questiona é como os principais fabricantes de cápsulas responderão ao fato de que apesar de recicláveis, segundo o Reciclasampa - um portal que tem como missão informar a população e ajudar a aumentar o volume de reciclagem na capital paulista -, não é indicado descartar na coleta domiciliar, pois são resíduos pequenos que se perdem nas esteiras de triagem. O ideal é enviar para um posto de coleta específico. Mas, onde eles estão? O que se sabe é que existem, porém não são acessíveis a todas as cidades do país.
 
A conclusão inicial é: “O CONFORTO NÃO É SUSTENTÁVEL”, pelo menos ainda não.
Sem querer tirar o prazer de consumir um bom café espresso em casa, a pergunta que deixamos aqui é: “Se você usa cafeteira em cápsulas, o que você faz com elas após preparar seu café? Há algum programa de coleta desses resíduos em sua cidade?”
 
Quem sabe começamos, aqui, um movimento para recolhermos as cápsulas e darmos um destino mais nobre que os aterros e mais saudáveis a todos?
 
NOTA - Este foi o tema da reunião de estudos do mês de agosto da Confraria do Café do Sul de Minas, e que nos permitiu ampliar a discussão a partir desta coluna.
 
Reciclasampa
www.reciclasampa.com.br
@reciclasampa
 
Confraria do Café do Sul de Minas
www.confrariadocafesm.wordpress.com
@confrariadocafesm






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