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09/05/2023 às 15h17min - Atualizada em 09/05/2023 às 15h17min

Não tem mar, vai pro bar: tese da UFMG investiga experiência de frequentadores de botecos de BH

FONTE E FOTO: REITORIA – CEDECOM - Assessoria de Imprensa - [email protected]
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Trabalho desenvolvido na pós-graduação em Administração é tema do novo episódio do ‘Aqui tem ciência’, da Rádio UFMG Educativa
 
Comida de estufa, prateleira de cachaça, caixa registradora e arquitetura antiga: esses são alguns dos elementos considerados mais autênticos nos bares e botecos de Belo Horizonte (MG) pelos consumidores, conforme tese de doutorado defendida pela pesquisadora Geórgia Caetano dos Santos no Programa de Pós-graduação em Administração da UFMG. Com o objetivo de compreender a autenticidade desses espaços e a nostalgia despertada nos fregueses por meio dos elementos estético-visuais, a autora investigou as características de bares e botecos da capital que possibilitam o resgate de memórias afetivas e contribuem para a formação de vínculos de lealdade.
 
A pesquisa reuniu percepções de 17 entrevistados, entre cozinheiros, historiadores, chefes de cozinha, donos de bares e consumidores, a respeito do que consideram autêntico nesses espaços e de como os frequentam. Geórgia Santos explica que o conceito de autenticidade se refere ao que é genuíno, original e que representa a essência cultural da cidade. “Às vezes, o autêntico repousa naquilo que atravessou os anos, que atravessou gerações. O autêntico é aquilo que você bate o olho e fala ‘aqui eles servem bebida no copo lagoinha'. Você quer mais autêntico que o copo lagoinha, que é de Belo Horizonte?”, ressalta.
 
A investigação foi ampliada por meio de questionário veiculado nas redes sociais, respondido por 254 pessoas, como parte da etapa quantitativa, que teve por objetivo abranger o público mais diverso possível para validar os resultados obtidos na primeira fase do estudo, qualitativa. Para a pesquisadora, a busca por tal diversidade estava associada à intenção de fazer um retrato mais fidedigno desses espaços. “Belo Horizonte traz uma diversidade de público. Não é só a juventude que está ali, todas as classes sociais, todos os estilos de vida compartilham o mesmo ambiente de bar e isso é muito democrático, é muito a cara de Belo Horizonte”, explica.
 
CAPITAL DOS BARES - Intitulada Cidade criativa da gastronomia pela Unesco em 2019 e popularmente conhecida como a “capital dos bares”, Belo Horizonte já chegou a concentrar 28 estabelecimentos por quilômetro quadrado, antes da pandemia, conforme levantamento feito pela Prefeitura da cidade, em 2017. 
 
A tese, defendida em novembro de 2022, na Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da UFMG, sob a orientação da professora Juliana Maria Magalhães Christino, reúne resultados que também podem ser aplicados por gestores dos estabelecimentos para a criação de estratégias de marketing que atraiam e fidelizam clientes. A pesquisa destaca o que o público frequentador espera e gosta de encontrar nesses espaços, além de evidenciar a importância deles para a formação de novas relações e construção de uma identidade coletiva. 
 
Saiba mais sobre a pesquisa no novo episódio do Aqui tem ciência.
O episódio 150 do Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Bella Corrêa, edição de Alessandra Ribeiro e trabalhos técnicos de Cláudio Zazá. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos realizados na UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa desenvolvido na Universidade. 
O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast, como o Spotify, e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas-feiras, às 11h, com reprises às quartas-feiras, às 14h30, e às sextas-feiras, às 20h.

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