05/09/2024 às 15h53min - Atualizada em 05/09/2024 às 15h53min

Manifesto em Defesa da Amazônia é lançado com mais de 200 assinaturas

FONTE: Ascom | Studium Eficaz - [email protected] - Foto: Luis Gabriel / MAB - Site Movimento dos Atingidos por Barragens
Mais de seis mil ribeirinhos, que vivem na região do Baixo Rio Madeira, têm abastecimento de água comprometido

 
Neste 5 de setembro de 2024, celebramos no Brasil mais um dia da Amazônia. Em vários locais de nosso país, haverá manifestações para chamar a atenção para o grave momento de crise ambiental e climática que estamos vivendo.

Há pouco a comemorar. Apesar de termos retomado a proteção das florestas, a reestruturação dos órgãos de controle e fiscalização, a crise climática que vivemos tem se intensificado nos últimos anos de forma nunca antes vista - sofremos com deslizamentos no litoral norte de São Paulo, as enchentes no Rio Grande do Sul, as ondas de calor no Rio de Janeiro, e agora estamos em meio à pior seca já registrada na bacia Amazônica e a fumaça que se se espalha por mais de 9 estados causada pelas queimadas.

Não é possível ficarmos alheios e nem sermos espectadores, é preciso ação.

Pelo menos desde 1972, com a Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente, conhecida como Conferência de Estocolmo, o mundo já conhece a relação entre a destruição ambiental e o aquecimento global. De lá para cá, a situação tem se agravado apesar de todas as conferências internacionais e discussões propostas pelos governos e estados. Os dados apontam que as emissões de gases de efeito estufa aumentaram de forma drástica nestes mais de 50 anos. Que as emissões previstas até 2050, com graves consequências para a humanidade, irão ocorrer até 2030, com vinte anos de antecedência, agravando a situação de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.

Ao olharmos para esta história vemos que o atual modelo econômico baseado na acumulação de capital a qualquer custo está levando a humanidade à desgraça. Quem mais sofre é a classe trabalhadora, em especial aqueles mais pobres e precarizados, a população negra, indígena, com especial gravidade para a situação de mulheres e crianças, sobretudo nos países em desenvolvimento.

Ao fazermos manifestações neste dia da Amazônia, queremos contribuir para a elevação no nível da consciência do povo brasileiro, para que todos tenhamos mais informações sobre os fatos e os principais causadores desta grave crise ambiental e da destruição da Amazônia em particular. Estamos falando de setores muito poderosos de nossa classe dominante: o capital financeiro, o agronegócio, as transnacionais da mineração e da energia que privatizam nossos bens comuns, entre outros.

Quem desmata e queima nossas florestas queima nosso futuro, e esses são inimigos do povo brasileiro e inimigos da humanidade, e devem ser responsabilizados pelos seus crimes. Não falamos só de quem acende o fogo dentro da floresta ou nos campos, mas toda uma cadeia de interesses poderosa, com grande presença nas instituições políticas, que coloca o lucro acima de tudo e destrói nosso futuro comum. É o modelo econômico que precisa ser mudado.

É necessário incentivar programas de desenvolvimento social, cultural e tecnológico que contribuam para tirar nosso país das armadilhas do capitalismo dependente e que tenham como premissa básica o respeito à vida e ao meio ambiente de maneira integral. É necessário exigir que haja em nosso país um projeto pautado na soberania com distribuição da riqueza e controle popular.

Por fim, neste dia devemos nos comprometer a ampliar o trabalho organizativo, elevando o nível de consciência e de compromisso socioambiental de todo o povo brasileiro e de forma especial para todas as populações que vivem nas áreas mais atingidas pelos eventos extremos. Nos colocamos ao lado daqueles que historicamente são responsáveis pela defesa da vida e da Amazônia, os povos indígenas, ribeirinhos, extrativistas, camponeses, e também a classe trabalhadora urbana. Só o povo organizado, com unidade de projeto e em luta, é capaz de propor verdadeiras soluções.

Nos comprometemos a estimular, propor e cobrar dos governos e autoridades que assumam cada vez mais o seu compromisso com a justiça econômica, com a justiça social e a justiça ambiental com ampla participação e protagonismo de nosso povo.

E também cobramos dos organismos internacionais, dos governos e empresas dos países que historicamente geraram altos graus de poluição que agora paguem a conta pelo mal que fizeram a humanidade até o momento.

MANIFESTO EM DEFESA DA AMAZÔNIA - Neste Dia da Amazônia, 5 de setembro de 2024, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) se une a mais de 200 organizações, redes e parlamentares para assinar e lançar o Manifesto em Defesa da Amazônia. O documento denuncia a grave crise ambiental provocada pela atuação de grandes corporações dos setores de agronegócio, mineração e energia, que tem devastado a floresta e impactado diretamente a vida das populações locais, incluindo povos indígenas, ribeirinhos e a classe trabalhadora.
 
O MAB reafirma seu compromisso na luta por justiça ambiental, social e econômica, convocando a sociedade a resistir contra esse modelo econômico predatório que coloca o lucro acima da vida. Defender a Amazônia é defender a vida!
 
Assine e participe: https://forms.gle/2pHKaz1uK2kAkBGT7

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