22/03/2023 às 15h45min - Atualizada em 22/03/2023 às 15h45min

Mostra “Museum” Instituto Artium joga luz sobre o apagamento da classe média nas expressões artísticas

FONTE: Marlene Francisco - [email protected] - FOTO: Divulgação
Obra de Jac Leirner (Boneless, 2018)
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A primeira edição do Artium Anual reúne obras de 24 artistas brasileiros e contrapõe a arquitetura do centenário Palacete Stahl, em Higienópolis, na capital paulista, com a realidade doméstica brasileira. Sob curadoria de Alberto Simon, a exposição “Museum” fica aberta ao público de 17 de março a 14 de maio, com entrada gratuita
 
Instituto Artium de Cultura inaugura a primeira edição do Artium Anual, projeto artístico autoral de exposição unindo artistas novos e consagrados. Batizada de “Museum”, a mostra tem o artista plástico e fotógrafo Alberto Simon como curador convidado e reúne obras de 24 artistas contemporâneos, incluindo nomes como Jac Leirner e Gokula Stoffel.
 
O projeto curatorial tematiza o apagamento das classes médias no universo das artes plásticas, aproveitando seu próprio espaço expositivo, o centenário Palacete Stahl, para contextualizar seu argumento. “Nas artes, muito se aborda sobre luxo e miséria, mas as classes intermediárias também exemplificam, no âmbito doméstico, um universo estético bastante reconhecível, que não é representado nas práticas da arte contemporânea brasileira, seja por purismo ou por dissonância cognitiva: ver e não querer enxergar. É hora de arejar as discussões e abandonar um pouco os modelos já gastos de arte política”, avalia o curador Alberto Simon. “Criamos então uma expografia não-tradicional, tratando o espaço de um ponto de vista ‘habitacional’, por meio de uma ocupação que faz uso, por exemplo, de objetos de mobília característicos de classes sociais outras, que não a da elite econômica. Dessa forma, a tematização do espaço expositivo na condição de palacete - e não como cubo branco - abre possibilidades de reflexões em torno dessas diferenças na esfera doméstica”, detalha.
 
Parte deste princípio então o nome da exposição, “Museum”, contraponto o que se espera encontrar em um museu com o que de fato está exposto - que nos é tão próximo e, uma vez deslocado, ganha uma camada de exotismo. Para lidar com as complexidades embrenhadas nas reflexões propostas pelo curador, um time de 24 artistas foi selecionado por meio de edital: Adriano Amaral, Ana Mazzei, Borba, Chico Togni, Darks Miranda, Estela Sokol, Gabriel Pessoto, Gokula Stoffel, Gustavo Torres, Hiram Latorre, Jac Leirner, João Loureiro, Lais Myrrha, Leka Mendes, Link Museu, Luisa Brandelli, Mariana Paraizo, Marina Woisky, Milena Ferreira, Moisés Patrício, Natalie Braido, Rafael Triboli, Raphaela Melsohn e Renato Almeida.

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