O fotógrafo conduziu a visita guiada à exposição “Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito”, em cartaz no IMS Poços
Aconteceu nos dias 11, 12 e 13/11, no IMS Poços, a Oficina sobre Iluminação e Ponto de Vista em Retratos, uma experiência imersiva que combinou história, técnica e criatividade. Durante os três encontros, os participantes tiveram a oportunidade de explorar a magia da luz e desenvolver um olhar único para capturar a essência dos retratos, ampliando suas perspectivas fotográficas em um ambiente de aprendizado e troca. Hilton Ribeiro, com um olhar apurado, uma abordagem técnica impecável e uma constante busca humana em sua arte, transforma luz e perspectiva em ferramentas para narrar histórias e despertar emoções.
A paixão pela fotografia surgiu ainda na juventude, quando percebeu que a câmera era sua janela para observar o mundo de uma forma única. Com uma abordagem intuitiva, começou capturando cenas cotidianas e experimentando luzes e ângulos. Essa busca incessante pelo novo e pelo autêntico moldou seu estilo, marcado pela naturalidade e pelo equilíbrio entre técnica e a vivência com o mundo, criando vínculos com as pessoas retratadas. Seus retratos capturam a essência das pessoas, enquanto suas fotografias de paisagens revelam um respeito poético pela natureza e pela passagem do tempo, valorizando tanto a composição quanto a mensagem implícita em cada clique.
Ao longo dos anos, desenvolveu uma série de projetos autorais - um de seus trabalhos mais marcantes é uma coleção de fotografias em preto e branco que explora a relação entre luz e sombra no espaço urbano.
Ele acredita que a fotografia é mais do que um registro visual, é uma forma de se conectar com o instante presente. “Cada foto é um pedaço da minha alma”, diz. Para ele, a câmera é uma extensão do olhar, e o olhar é o reflexo do coração. O retrato, especialmente através de uma lente grande angular, revela não apenas a essência de quem é fotografado, mas também a relação entre a pessoa e o espaço ao seu redor, ampliando a narrativa da imagem. Hilton fala com bom humor sobre as selfies: “Já a selfie, ao centrar o foco apenas em si, muitas vezes ignora a paisagem e apaga as histórias que poderiam ser contadas além do próprio rosto. A grande angular, com sua capacidade de abarcar mais do mundo, nos lembra que a fotografia é tão rica quanto o contexto que a molda”. Ele continua a transformar olhares e inspirar novos fotógrafos a enxergarem o mundo com mais humanidade e profundidade. Seja por trás das lentes ou ao lado de quem admira sua arte, ele reafirma que a fotografia é, acima de tudo, uma celebração da vida.
“Participar desta oficina foi uma experiência transformadora, um verdadeiro encontro entre teoria, técnica, sensibilidade e conexão humana. O retrato não é apenas uma captura técnica, mas uma janela para histórias e emoções, um exercício de empatia e de olhar além do óbvio. Exploramos desde as sutilezas da luz até o impacto de escolhas técnicas que transformam uma imagem em arte. A visita à exposição do “Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito” foi um momento inspirador, um diálogo direto com a essência da fotografia, onde cores, narrativas e sentimentos se entrelaçam de forma única. Percebi semelhanças na nossa paixão e na forma de analisar e refletir sobre a fotografia. Compartilhamos esse anseio constante de buscar mais, de ir além, moldados e lapidados por essa arte que nos move. Foi uma troca rica, que me fez valorizar ainda mais o caminho, cada um com sua visão, mas guiados instintivamente, pela mesma paixão”, relata a fotógrafa e repórter fotográfica Jubinsk.
Ele descreve sua abordagem como uma arte de esperar o momento certo. "Eu espero a fotografia acontecer. A vida nos dá presentes o tempo todo, e quando você revisa as imagens no computador, descobre detalhes que nem percebeu no instante do clique. Essa surpresa, essa redescoberta, é fascinante", relata com entusiasmo. Apaixonado por novas perspectivas, Hilton considera o drone uma das invenções mais transformadoras da fotografia moderna. "O drone trouxe uma revolução. Ele nos dá acesso a ângulos e movimentos antes inimagináveis. Os travelings aéreos criam uma narrativa fluida e dinâmica que eleva o impacto visual das imagens." Antes dos drones, ele realizava fotos aéreas a bordo de aviões, uma prática que, embora cheia de histórias marcantes, exigia uma logística complexa e menos flexibilidade. "Com o drone, é como se a câmera ganhasse asas, e isso abre um mundo de possibilidades criativas."
Também reflete sobre a evolução dos smartphones e seu impacto na fotografia. Ele reconhece que os avanços tecnológicos colocaram câmeras poderosas nas mãos de milhões de pessoas, democratizando a arte de fotografar. "Os smartphones têm ocupado um espaço significativo no mercado e ainda irão evoluir muito. Eles não apenas tornaram a fotografia acessível, mas também estão mudando a forma como enxergamos e registramos o mundo." Ainda assim, ele destaca que, embora os smartphones tenham suas vantagens, o domínio técnico e artístico de uma câmera profissional continua insubstituível para quem busca explorar a fotografia em toda a sua profundidade. "É uma ferramenta complementar, não uma substituição. A diferença estará sempre no olhar do fotógrafo e na intenção por trás de cada imagem."
Hilton Ribeiro transita entre a técnica e a paixão visceral pela fotografia. Seja capturando a espontaneidade das ruas, reconhecendo o potencial do avanço tecnológico, ele reafirma que a essência da fotografia está na narrativa que ela entrega. "O equipamento é importante, mas é o olhar, a paciência e a capacidade de enxergar além que fazem a diferença. Fotografar é esperar, é observar, é receber os presentes que a vida nos oferece."