07/03/2023 às 15h24min - Atualizada em 07/03/2023 às 15h24min
Como escrever uma crônica que possa convencer
Por Odair Camillo - Jornalista
Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google c
Não me considero um escritor, nem mesmo um cronista. Mas um jornalista que acabou produzindo nestes quase meio século, centenas de textos e crônicas que tornaram-se legíveis e interessantes a ponto de algumas serem escolhidas e publicadas em livros, como se de um escritor fosse.
Já citei em algumas que nunca chegarei a ser um cronista como Carlos Drummond de Andrade, quem me dera, ou mesmo o colega e amigo Wiliam de Oliveira. Mas, às vezes acerto algumas, que fazem-me acreditar que um dia possa ser lembrado como um cronista que quase deu certo.
Amigos leitores de longa data, e que me acompanham desde o século passado, já chegaram a perguntar-me a fórmula para escrever. E eu, naturalmente, informei-lhes que a crônica nasce da eventualidade, do momento, do sentimento, do interesse, do assunto e das ocorrências que presenciamos ou que nos chegaram em determinado tempo.
No computador torna-se mais fácil criá-la. Escolhe-se o assunto. Verifica-se se não está ligado ao movimento de criminalização de palavras e textos preconceituosos para não ser taxado de racista, homofóbico e outros tantos adjetivos. Atualmente está dando processo!
Nem imagine naquele momento o título que pretende dar à sua crônica. As frases vão surgindo, os parágrafos são formados, mas o assunto principal ainda não está nitidamente apresentado. É necessário uma conexão de sentidos.
Levante-se por um momento, vá até a cozinha, tome um cafezinho, delicie-se com um chocolate escondido debaixo da tela do computador, e recomece, acreditando que alguma coisa não está certa no texto já digitado. Delete parte dele e procure acrescentar mais alguma coisa que imaginou e que o torne mais compreensivo e verdadeiro. E a crônica começa a tomar forma.
A parte mais difícil, entendo, é a finalização. Considero a mais importante do trabalho. Tem que haver alguma palavra, ou um conceito mais subjetivo. E aí vem o problema: será que o leitor vai gostar? Vale a pena publicar?
Na dúvida, aconselho a guardá-la numa gaveta. Esqueça-a! No dia seguinte, após nova leitura, certamente você vai mudar alguma coisa!