16/01/2023 às 15h26min - Atualizada em 16/01/2023 às 15h26min
Memorial às Vítimas do Holocausto abre ao público no Rio, dia 19 de janeiro
FONTE: Gabriella Lopes - Atômica Lab - [email protected] - FOTOS: Albert de Andrade
Parte da exposição do Memorial às Vítimas do Holocausto C
Espaço tem o objetivo de preservar e tornar conhecidas as histórias de vítimas e sobreviventes do genocídio que atingiu judeus e outras minorias para evitar que elas se repitam
Em 19 de janeiro, abre ao público o Memorial às Vítimas do Holocausto. Localizado no Parque Yitzhak Rabin, no Mirante do Pasmado, em Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ), o projeto idealizado pelo ex-deputado Gerson Bergher (in memorian /Z"L) tem o objetivo de preservar e tornar conhecidas as histórias das vítimas da perseguição e do genocídio empreendido pelo nazismo que atingiu judeus, ciganos, negros, pessoas com deficiência física e mental, comunidade LGBTQIA+, Testemunhas de Jeová e maçons.
O espaço abriga um monumento a céu aberto de 20 metros de altura em homenagem às vítimas do Holocausto, que é dividido em blocos que representam os Dez Mandamentos, com destaque para o “Não Matarás”. “Mesmo sendo o sexto Mandamento, ‘Não Matarás’ sustenta os demais nove Mandamentos por ser fundamental a preservação da vida humana”, destaca Ariel Bergher, diretor da Associação Cultural Memorial do Holocausto.
Dados históricos revelam que, das 11 milhões de vítimas, 6 milhões eram de pessoas judias, população que sofreu uma perseguição mais estruturada, e 5 milhões, de outras minorias.
“O Memorial às Vítimas do Holocausto não é dedicado apenas ao povo judeu, é um espaço de reflexão para todos. Além da preservação da memória, que é fundamental, pretendemos transmitir os valores para que a história não se repita. Queremos que os visitantes possam absorver alguns dos princípios e saiam melhores do que entraram”, destaca Alberto Klein, presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto.
A exposição, instalada na parte edificada do monumento, no subsolo da praça, apresenta aos visitantes as memórias e os relatos de vítimas e sobreviventes de um dos maiores genocídios da história em forma de imagens, áudios, sons, relatos e conteúdos interativos. A mostra imersiva convida o público a olhar para o passado e transformar o futuro a partir de princípios como respeito e tolerância. São apresentadas na exposição histórias como a da princesa Maria Karoline, bisneta de D. Pedro II, morta na câmara de gás por ter deficiência, ou do jovem Mordechai Anielewicz que, com 24 anos, liderou a resistência no gueto de Varsóvia, entre outras.
O espaço vai proporcionar uma reflexão sobre a importância dos direitos humanos, da democracia, da justiça, da tolerância, da liberdade, do respeito à diversidade e ao pluralismo como valores e princípios éticos fundamentais do ser humano.
“O Memorial às Vítimas do Holocausto traz um importante legado para o Rio de Janeiro, cidade que recebeu boa parte dos imigrantes refugiados deste trágico período. Montamos um time curatorial de especialistas em temas específicos do Holocausto para garantirmos diversidade na abordagem e para conseguirmos evidenciar o impacto deste episódio nas vidas de diversas minorias. O público poderá entrar em contato com diversas histórias, aprender e refletir”, explica Ricardo Piquet, presidente do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), responsável pela concepção curatorial, implantação museográfica e captação de recursos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O IDG contou com a SuperUber na criação e desenvolvimento da museografia. Para abordar o tema em sua complexidade, a equipe de curadoria do Memorial é composta por Alfredo Tolmasquim, Carlos Reiss, Michel Ehrlich e Sofia Débora Levy, e a Diretora Criativa do projeto, de Liana Brazil.
“O Holocausto foi durante um bom tempo trabalhado sobre a ótica das atrocidades e dos grandes números até por conta de uma necessidade de mostrar que ele, de fato, existiu. Mas, recentemente, começou a se perceber a potência de trabalhar o tema pela ótica pedagógica, ou seja, entender o que foi o Holocausto como uma forma de alerta sobre preconceitos e discriminações que acontecem ainda hoje. O Holocausto é um legado para a humanidade. Nós pretendemos fazer o visitante do Memorial refletir sobre o ocorrido a partir das histórias vivenciadas por pessoas”, conta Alfredo Tolmasquim, coordenador do Comitê Curatorial do Memorial às Vítimas do Holocausto.
O Holocausto é considerado um dos maiores genocídios da história, impactou o mundo e originou fluxos migratórios para todos os continentes. As principais capitais do mundo têm museus, espaços ou memoriais dedicados ao tema como forma de lembrar as vítimas e ser um permanente alerta para a humanidade.
No Brasil, o Rio de Janeiro é uma das cidades que recebeu boa parte dos imigrantes refugiados dessa perseguição. O novo espaço traz uma outra perspectiva ao Parque Yitzhak Rabin, configurando o local como um ponto turístico na cidade. Além da vista de 360 graus que permite ver o Pão de Açúcar, a Enseada de Botafogo e o Cristo Redentor.
O Memorial às Vítimas do Holocausto é uma realização da Associação Cultural Memorial do Holocausto, com apoio institucional da Prefeitura do Rio, e concepção curatorial e implantação museográfica do IDG, tendo a Multiplan como patrocinador máster. O projeto conta ainda com o Banco Safra, Banco Daycoval e Cyrela como patrocinadores, Fundo RJZ como copatrocinador e Consulado da Alemanha, CSN e Gávea Investimentos como Parceiros.
SERVIÇO:
Memorial às Vítimas do Holocausto
Endereço: Alameda Embaixador Sanchez Gavito, s/n - Mirante do Pasmado, Botafogo (Acesso pela Rua General Severiano)
Como chegar
Horário: De quinta a domingo, das 10h às 18h (última entrada às 17h)
Classificação indicativa: 12 anos
Horário de funcionamento do Parque Yitzhak Rabin: Todos os dias, de 8h às 18h
Ingressos: gratuitos e devem ser retirados pelo site da Sympla.