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17/08/2022 às 15h46min - Atualizada em 17/08/2022 às 15h46min

A mulher e a cerveja

Jean Benetti - Sommelier de Cervejas
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Cilene Saorin, Sommelière de Cervejas e juíza internacional de concursos cervejeiros
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A relação entre as mulheres e a história da cerveja sempre foi muito próxima. As mestres cervejeiras da Babilônia e Suméria, conhecidas como Sabtiem, eram consideradas pessoas com poderes especiais por transformarem um simples cereal em cerveja, líquido divino.
 
Na Escandinávia, o guerreiro morto em combate teria a desejada imortalidade se tivesse bebido cerveja feita pelas Valquírias, que eram divindades escolhidas pelo Deus supremo viking, Odin. Entre o povo nórdico, apenas as mulheres podiam produzir cerveja.
 
Até o século XVI, os equipamentos para produção de cerveja faziam parte do enxoval das noivas na Alemanha.
 
Entre os Incas, as virgens preparavam uma cerveja feita de milho, a chicha, para o imperador, antes de serem oferecidas ao deus Sol.
 
Catarina de Bora, a mulher de Martinho Lutero, pai da reforma protestante, era uma cervejeira famosa que aprendeu a fazer cerveja em um mosteiro.
 
Entre os séculos XIII e XVII, mais de 90% da cerveja britânica era produzida por mulheres. Esse tipo de comércio representava importante renda extra para as famílias daquela época. Para anunciar que a cerveja estava pronta, as cervejeiras fixavam uma haste com folhas verdes na porta de casa, símbolo que foi apropriado, mais tarde, pelas tabernas e pubs. Essas mulheres cervejeiras eram conhecidas como alewives e tinham até um registro fiscal próprio: as pandoxatrix.
 
Nos EUA, durante sua colonização, as mulheres faziam cerveja para acompanhar os pratos de caça, geralmente muito salgados e defumados. E como parte da cerimônia de núpcias, as amigas se reuniam para preparar uma cerveja especial chamada Bride Ale, que depois era vendida para arrecadar dinheiro para a noiva.
 
Nos dias atuais, além de consumidoras assíduas, as mulheres estão voltando a ocupar um lugar de destaque na fabricação e no serviço da cerveja. No Brasil existem muitas associações de mulheres cervejeiras e esse número cresce a cada ano. Conheço dezenas de casais em nossa cidade e região que utilizam a fabricação de cerveja como e um momento para se divertirem juntos. Atualmente, os cursos de sommelier de cerveja possuem mais mulheres do que homens. E é inegável que elas (as somelières) possuem olfato e paladar mais aguçados que os dos homens para reconhecerem certos aromas e sabores.
 

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