07/07/2022 às 15h34min - Atualizada em 07/07/2022 às 15h34min
Lembranças de um tempo que já passou
FOTO: Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google C
Confesso que é muito tempo para se lembrar de tudo, mas pelo menos até os cinco anos de idade, meus pais já haviam me contado as pequenas proezas, marcantes pela idade, que eu já havia realizado.
E, talvez a mais importante dessa época, foi o fato de que morávamos em Piaçaguera, um lugarejo próximo à cidade de Santos, na Baixada Santista. E pelo que me lembro de ter ouvido é que era um lugar pantanoso, com muita vegetação e mosquitos borrachudos em abundância, onde imperava uma espécie que poderia transmitir a malária. E meus pais foram picados por eles, mas se curaram. Talvez eu tenha sido também, mas ninguém até hoje confirmou...
Lembro-me também de caminhar pelo acostamento ao lado da ferrovia, o trajeto feito sobre uma passarela estreita, levando a marmita de dois pratos para meu pai, que juntamente com outros funcionários, almoçavam num pequeno galpão da São Paulo Railway, próximo à minha casa.
Outro fato que me vem à mente aconteceu quando tinha quatro anos de idade. Morávamos numa casa de madeira da companhia, que confrontava aos fundos com uma densa vegetação, e na frente, com os trilhos e as roldanas de sustentação do cabo de aço que puxava os trens até Paranapiacaba.
Numa das folgas de meu pai, estávamos no quintal da casa quando ouvi ele gritar para que eu largasse o que tinha nas mãos. “Larga isso, meu filho!” Naquele momento eu segurava uma cobra coral, que se destacava pela coloração bastante característica, formada por anéis pretos, vermelhos, brancos e amarelos, cuja beleza havia chamado a minha atenção. Imediatamente eu obedeci, e ela caiu ao chão, mas não me atacou, já que ela estava empenhada em hipnotizar e pegar um sapo que estava próximo.
Do livro autobiográfico “O Menino de Paranapiacaba”, em preparação
