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10/03/2022 às 15h09min - Atualizada em 10/03/2022 às 15h09min

Médico dedica 50 anos à saúde da mulher e ao combate do câncer de mama

FONTE E FOTOS: Jesuane Salvador
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Dr. Wilson Batista retorna a Poços de Caldas comemorando meio século de avanços na mastologia, mas chama a atenção para números em relação à doença
 
Em cenários como os vivenciados atualmente, a partir da pandemia, a figura do profissional de saúde, em sua dedicação em salvar vidas, evidenciou-se como uma das mais nobres manifestadas em uma profissão. Da mesma forma, quando a trajetória de um médico demonstra, ao longo de meio século, um caminho de lutas para diminuir taxas de mortalidade por um dos cânceres que mais acomete mulheres no país, a comemoração vai além da pessoal para manifestar-se em resultados para a sociedade. Assim, com um legado de pioneirismo e dedicação à saúde e um trajeto que caminha lado a lado com a história da mastologia no Brasil, o ginecologista, obstetra e mastologista Wilson Batista tem escrito, há 50 anos, sua história na medicina, e retorna este mês a Poços de Caldas para comemorar um trabalho reconhecido em Minas Gerais e por todas as regiões do país pelas quais passou.
 
Segundo ele, a tarefa médica nestes anos manifestou-se em um exercício de amor, dedicação e cuidado, tendo sempre em vista a ética e o olhar humano e social. “Decidi estudar medicina por ideal, tendo superado todas as dificuldades do cotidiano com verdadeiro auxílio da família. Quis especializar-me em segmentos da Saúde da Mulher uma vez que nessas áreas é possível cuidar da gestante e de seu futuro filho ou filha, antes, durante e após o parto, lembrando que nos primeiros minutos de vida os cuidados médicos e de enfermagem são importantíssimos e às vezes decisivos para a qualidade de vida da mãe e do recém-nascido. A tarefa de continuar cuidando da mãe e da menina recém-nascida implica em acompanhamento durante a adolescência da filha, períodos reprodutivos e da vida de ambas, uma vez que após os 40 anos de idade a incidência de câncer de mama é mais frequente”, disse.
 
Mineiro de Carmo do Rio Claro, Dr. Wilson formou-se, em 1971 pela Faculdade de Medicina da UFMG e é titulado em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais e integrante do Conselho Federal de Medicina. Realizou estágio em Mastologia nos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês e adquiriu o segundo mamógrafo disponível em Minas Gerais, no qual realizou mais 1.600 mamografias com laudos. Em 1975, participou da fundação e foi o primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, hoje Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Minas Gerais. Realizou mais de 10 mil consultas, com exame clínico de mama. Comprometido com a qualidade da formação de médicos aliada ao acesso da população à saúde, no ano de 2000 - ao lado do médico Antônio Fernandes Lages - presidiu e coordenou a realização, em Poços de Caldas, do VII Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da região Sudeste e XXV Encontro Mineiro de Ginecologistas e Obstetras, que teve como diferencial o encaminhamento de pacientes para atendimentos com especialistas de excelência em todo o país, unindo a atividade acadêmica à social, um diferencial em eventos do gênero.
Em 2003, assumiu o cargo recém-criado de diretor administrativo do atual Hospital da Zona Leste, tendo participação decisiva na elaboração do memorial descritivo das atividades e objetivos do estabelecimento, permitindo que o projeto destinado à atenção integral à saúde da mulher e da criança pudesse ser aprovado.
“É importante salientar que o tempo de paralisação da construção por falta de aprovação foi de 8 anos, 6 meses e 6 dias, enquanto que o tempo de aprovação com minha co-participação foi de 70 dias. O tempo decorrido entre a aprovação do projeto e o funcionamento do hospital foi de 7 meses e 20 dias, com atendimento integral à saúde da mulher e da criança”, contou.
 
AÇÃO PIONEIRA - Com idealização do mastologista Dr. Antônio Fernandes Lages, Dr. Wilson realizou, em Poços, o primeiro mutirão de exames clínicos dedicados ao diagnóstico do câncer de mama, em uma ação também pioneira no Brasil que ocorreu nos anos de 1997, 1998, 1999, 2001 e 2005, na cidade. Esse trabalho o leva a defender que, se os mutirões de exames clínicos fossem constantes no país, eles se refletiriam de forma impactante nas taxas de cura da doença.
 
CÂNCER DE MAMA - Segundo o Instituto Nacional do Câncer - INCA, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população. No Brasil, é o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões, sendo que a região Sudeste, além da Sul, reflete as taxas mais elevadas do país. Para 2021, estimou- se que 66.280 casos novos da doença ocorreriam.
Tendo dedicado a maior parte de sua vida ao diagnóstico e tratamento do câncer de mama, travando uma batalha pessoal para o aumento das taxas de cura, o mastologista chama a atenção ao fato de que a incidência e a mortalidade tendem a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, sendo que a prevenção é mais significativa através de alimentação correta, atividade física, não fumar, evitar bebidas alcoólicas em excesso e, ainda, com melhor controle emocional.
“Qualquer população necessita ser mais bem atendida e orientada por profissionais de alto nível, em qualquer lugar do país. As conclusões sobre os mutirões em Poços de Caldas nos permitem afirmar que, com diagnóstico precoce, é possível que o câncer de mama permaneça sob controle clínico, o que significa cura para a grande maioria das pacientes diagnosticadas”, ressalta.

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