Migração de alta renda transforma Miami em novo epicentro de luxo, negócios e investimentos nos Estados Unidos
Miami está cada vez mais consolidada como o novo polo de luxo, negócios e investimentos dos Estados Unidos. Um relatório recente da Comissão de Orçamento Cidadão de Nova York revelou que, entre 2017 e 2022, dezenas de milhares de moradores de alta renda deixaram a cidade de Nova York, levando consigo cerca de US$ 14 bilhões em renda para a Flórida, sendo mais de US$ 9,2 bilhões destinados aos condados de Palm Beach, Broward e Miami-Dade.
“É um fenômeno nada passageiro”, diz Daniel Ickowicz, CEO e diretor da Elite International Realty, consultoria imobiliária internacional, fundada por brasileiros, há 30 anos no mercado da Flórida. “Estamos falando de um reposicionamento social e financeiro dos Estados Unidos. Muitas pessoas com patrimônio elevado enxergam em Miami uma combinação rara de qualidade de vida, baixos impostos e oportunidades de investimento, algo que poucas cidades oferecem hoje.”
Essa migração tem transformado o perfil econômico do sul da Flórida, em especial de Miami, que passou a atrair grandes fortunas e empresas de peso. Companhias como Apple, Microsoft, Citadel, Starwood Capital e Kaseya estabeleceram presença significativa na cidade, fortalecendo o ambiente de negócios local e ajudando a posicionar Miami como um centro de referência global de negócios.
“Miami se tornou uma espécie de Nova York do Sul, onde tem finanças, tecnologia, hospitalidade e grandes indústrias de cruzeiros. Então, a cidade tem uma economia muito mais diversificada nos últimos cinco anos”, afirma Daniel.
O relatório também apontou os principais fatores que motivaram essa saída de Nova York: a pandemia, preocupações com acessibilidade, questões de qualidade de vida, oportunidades de trabalho e a política de imigração. Diante dessa movimentação, o mercado imobiliário de Miami respondeu com força: aluguéis em regiões como Coral Gables e Brickell triplicaram nos últimos anos, refletindo a crescente valorização da cidade.
“A transformação foi rápida e recente, impulsionando fortemente a demanda, mas a cidade ainda enfrenta uma oferta limitada. Incorporadores e planejadores urbanos estão trabalhando ativamente juntos para acelerar projetos de construção residencial e comercial para atender à demanda dessa migração permanente”, explica Daniel Ickowicz.