Disse o poeta: "Eu gostaria de voltar a ser criança só pra encompridar o tempo".
Encompridar o tempo é tudo o que a criança que existe em mim quer fazer.
Fazer exercícios. Tanto os exercícios físicos (o corpo pede) quanto os exercícios mentais, se não fortalecendo o cérebro, pelo menos encompridando o tempo, desacelerando suas perdas e preservando sua lucidez.
Por isso, tenho medo de parar.
Nessas alturas, o verbo parar não me é conjugável.
Parar é encurtar tempo.
É preciso continuar...
Como não posso voltar a ser criança, eu não permito que meu jeito criança se vá.
Eu preciso tê-la comigo de vez em quando, só pra alongar um pouquinho as horas.
Eu preciso pensar, só para manter desperta minha percepção.
Eu preciso continuar a trabalhar, fazer o que gosto, só pra não pensar no tempo que me falta e sim, pra encompridá-lo sempre mais à frente.
Assim, o envelhecimento fica pra depois.
É o jeito de me envolver com a vida, sem pensar nos dias, no faz de conta do velho que não sou e da criança que me ensina ainda, a brincar com os sonhos!
*O Brand-News não se responsabiliza por artigos assinados por nossos colaboradores