29/11/2024 às 14h27min - Atualizada em 29/11/2024 às 14h27min

Peça teatral produzida em Poços realiza apresentações pelo interior de SP e MG

FONTE: Beatriz Aquino

 
Roteiro itinerante utiliza a força do espetáculo para alertar sobre a violência contra a mulher
 
A peça documental Recortes - A Mulher e seu corpo público, de Beatriz Aquino, com direção de Nando Gonçalves, realiza nos meses de novembro e dezembro apresentações pelo interior de São Paulo e Minas Gerais. A primeira parada do roteiro foi na cidade de Monte Alto, interior de São Paulo, que conta com a produção local da D’anttone Produções e apoio da Guarda Civil da cidade e da equipe da Patrulha Guardiã Maria da Penha. A apresentação aconteceu na quarta-feira (27), Cine Teatro Municipal de Monte Alto, seguida de uma roda de conversa com o público e com profissionais que realizam atendimento à mulheres.
 
A segunda parada será a cidade de Itajubá (MG), no auditório da UNIFEI. O evento está sendo realizado a partir da iniciativa de mulheres que assistiram ao espetáculo no Teatro da Urca, em Poços de Caldas, e decidiram levar a peça para a cidade, visando a reflexão e o alerta sobre o tema. A apresentação acontecerá no dia 6 de dezembro, às 19h, e também contará com uma roda de conversa com o público.
 
O objetivo desse roteiro itinerante é levar o espetáculo para o maior número de lugares possíveis, utilizando da força do espetáculo de cunho documental para alertar sobre a violência contra a mulher, sensibilizar a população e encorajar mulheres a denunciarem violências sofridas.
 
Recortes – A mulher e seu corpo público
A peça documental que estreou no Sesc Poços de Caldas, no ano passado, traz um espetáculo que foi erguido a partir de relatos verídicos de mulheres que sofreram abusos e faz uma crítica social sobre a desvalorização do corpo feminino, o descaso e a naturalização dos abusos sofridos por esse corpo. Um recorte cirúrgico sobre a violência sexual e suas muitas nuances. O silêncio, o medo, a culpa e a pressão da sociedade para que essas mulheres continuem caladas.
 
Atráves de intensas pesquisas com profissionais da DEAM - Delegacia de Atendimento à Mulher, CREAS - Centro de Referência de Assistência Social e CAPS - Centro de atenção Psicossocial, a peça faz também um raio x das possíveis causas do feminicídio no país e tenta entender os motivos do seu vertiginoso aumento.
 
O trabalho levanta também uma discussão sobre as sequelas deixadas pelo abuso e faz uma crítica sobre a atual estrutura social que continua alimentando a impunidade, naturalizando o ato e sedimentando uma sociedade que permite que esses casos continuem acontecendo.
 
Utilizando a arte como ferramenta de sensibilização, a peça, além de levantar alerta sobre o assunto, ajuda a levar o tema para lugares onde eles são pouco discutidos, como CEU das Artes, bibliotecas, centros comunitários e sociais da periferia, escolas e universidades.
 
Texto, argumento e atuação: Beatriz Aquino
Direção: Nando Gonçalves
Produção Executiva: Dani Vilas Boas

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