04/10/2024 às 13h36min - Atualizada em 04/10/2024 às 13h36min
Ozempic para todos: entenda riscos e cuidados do uso indiscriminado do medicamento
FONTE: Digital Trix - Ana Carolina - [email protected] - FOTO: Reprodução Google
Endocrinologista reforça a importância do acompanhamento médico
Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro, anunciou sua intenção de disponibilizar o medicamento Ozempic na rede pública de saúde da cidade. Conhecido por auxiliar no controle do diabetes, o remédio tem ganhado popularidade por sua eficácia na redução de medidas e perda de peso.
A declaração foi feita dia 1º de outubro em entrevista ao jornal Extra e gerou grande repercussão. Durante a conversa, o prefeito brincou sobre os efeitos positivos do Ozempic, afirmando: “O Rio vai ser uma cidade que não vai ter mais gordinho, todo mundo vai tomar Ozempic”.
De acordo com Alessandra Rascovski, endocrinologista e diretora clínica da Atma Soma, apesar dos benefícios já comprovados pelo Ozempic, é importante alertar quanto ao uso indiscriminado do medicamento.
“A utilização prolongada sem controle adequado pode alterar funções metabólicas, resultando em complicações, além de causar possíveis efeitos colaterais. O tratamento com semaglutida deve ser acompanhado por profissionais de saúde para garantir que o paciente faça um uso adequado da medicação, ajustes das demais medicações que o paciente esteja utilizando, além da importância de monitorar adequadamente os efeitos colaterais e realizar os ajustes de doses de medicação de acordo com cada perfil de paciente", aponta.
Essa proposta de incluir o Ozempic no sistema público de saúde reflete uma preocupação crescente com doenças associadas ao excesso de peso, como diabetes tipo 2 e hipertensão, que afetam uma grande parte da população.
OZEMPIC NO BRASIL - O uso do Ozempic (semaglutida) no Brasil tem ganhado destaque como um tratamento eficaz para o diabetes tipo 2. Este medicamento, inicialmente desenvolvido para o controle glicêmico, age estimulando a secreção de insulina e reduzindo a produção de glucagon, ajudando a controlar os níveis de açúcar no sangue. Porém, além do controle do diabetes, estudos têm mostrado que o medicamento pode contribuir para a perda de peso, mesmo em indivíduos sem a condição. “Este efeito se dá, também, devido à ação do medicamento no centro de saciedade do cérebro, o que reduz o apetite e a ingestão calórica”, explica a diretora clínica da Atma Soma.
No Brasil, esta aplicação tem atraído a atenção de pacientes e profissionais de saúde, que buscam alternativas eficazes e seguras para o tratamento da obesidade, um problema crescente no país.
De acordo com estudo recente, apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade 2024 (ICO), até 2044, cerca de 48% dos brasileiros terão obesidade e mais de 27% irão ter sobrepeso.
“O futuro da semaglutida aqui no Brasil parece promissor, mas exige um equilíbrio entre inovação, acesso e segurança. A popularização do medicamento como auxiliar na perda de peso deve ser acompanhada de estudos rigorosos e políticas públicas que garantam seu uso responsável, além de rigorosa supervisão médica para maximizar seus benefícios e minimizar riscos”, aponta Alessandra.
MODERNIDADE E SOBREPESO - A abundância de alimentos ultraprocessados, ricos em gordura e açúcar, combinada com o estilo de vida sedentário, tem levado à epidemia da obesidade. Seu aumento ocorre em parte devido à alteração dos hábitos que, por um lado, está associada à diminuição do consumo de alimentos nutritivos e, por outro, às longas horas de trabalho sentado, uso excessivo de dispositivos eletrônicos, de transporte motorizado, que reduz o tempo gasto em atividades físicas. Ainda, todo esse cenário contribui para a desregulação do sistema metabólico.
“A prevenção e o combate à obesidade requerem estratégias multifacetadas que envolvem desde a educação nutricional, incentivo à cultura de hábitos saudáveis e atividades físicas, até a conscientização sobre o check-up regular. Além disso, o tratamento da obesidade pode ser mais eficaz e preciso ao recorrer aos benefícios da medicina multiômica, que aproveita dados específicos dos indivíduos, coletados através de resultados de exames de imagem, bioquímica, análises genéticas e metabólicas para adaptar os procedimentos médicos às necessidades únicas de cada paciente”, finaliza a especialista.
SOBRE A ATMA SOMA - Liderada pela endocrinologista Alessandra Rascovski, a Atma Soma tem foco na prática da medicina de soma, unindo várias especialidades em prol dos pacientes, respeitando a sua individualidade e oferecendo a ele uma vida longa e autônoma. A clínica conta com um time de médicos e profissionais assistenciais de diversas áreas, com olhar dedicado à prática do cuidado focado no eixo neurocognitivo, metabólico e hormonal.