14/07/2023 às 15h28min - Atualizada em 14/07/2023 às 15h28min
Conhecer histórico familiar pode proteger gerações futuras contra o câncer de próstata? Conheça os 7 mitos e verdades da doença
FONTE: Jessica Assis - [email protected] - FOTO: Reprodução Google
C
Especialista esclarece principais tabus relacionados ao câncer mais comum entre a população masculina em alusão ao Dia do Homem
No Brasil, estima-se que 72 mil pessoas serão diagnosticadas com câncer de próstata no triênio de 2023 a 2025, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), um aumento de 9,35% em comparação ao último triênio. Embora seja o câncer mais comum entre os homens brasileiros, depois do câncer de pele não melanoma, o preconceito e a desinformação fazem com que homens não realizem exames de rotina, contribuindo para que 20% dos casos de câncer de próstata sejam descobertos em estágio avançado.
O Dia do Homem, 15 de julho, reforça a importância dos cuidados com a saúde entre a população masculina, incluindo a prevenção e diagnóstico do câncer de próstata. O especialista Rodrigo Coutinho Mariano, oncologista clínico titular do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, desmistifica 7 mitos e verdades relacionados à doença.
Os sintomas do câncer de próstata demoram a aparecer.
Verdade. Por ter crescimento lento, a doença em estágio inicial não apresenta sintomas específicos. Fluxo urinário fraco ou interrompido, vontade de urinar de noite, sangue na urina, disfunção erétil e dor no quadril, costas ou coxas podem demorar para se manifestar e significar que a doença já está em estágio avançado. Por isso, o acompanhamento médico deve ser iniciado a partir dos 50 anos de idade, já que mais de 95% dos tumores de próstata são diagnosticados a partir desta faixa etária.
Próstata aumentada é sinônimo de câncer.
Mito. A hiperplasia prostática benigna (HPB) é um aumento benigno da próstata, que está associado à idade e pode causar dificuldade em urinar. Esse tipo de aumento da próstata não tem relação com o câncer de próstata e pode ser tratado com medicações ou cirurgia. Para diagnóstico correto, a realização de exames, como de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico), toque retal e de imagem, e acompanhamento médico é essencial.
Se o exame de sangue (PSA) estiver com índices normais, não é necessário realizar o exame do toque retal.
Mito. Cerca de 20% dos tumores de próstata são diagnosticados por meio do exame do toque retal em homens com níveis normais de PSA (Antígeno Prostático Específico). Os exames são complementares e ambos devem ser realizados, visto que o toque retal detecta qualquer alteração na próstata (endurecimento e/ou nodulações), sendo fundamental para avaliação prostática e para auxiliar na decisão da melhor forma de tratamento, e a dosagem de PSA, um exame simples de sangue, indicará se há possíveis alterações na próstata. Caso sejam encontradas alterações nos exames com suspeita de câncer de próstata, é necessário a realização de exame de imagem e biópsia da próstata para confirmação do diagnóstico.
Os exames preventivos só devem ser realizados por pessoas com histórico familiar de câncer de próstata.
Mito. O avanço da idade é o principal fator de risco para o aparecimento do câncer de próstata, principalmente, a partir dos 50 anos. Por isso, a realização dos exames preventivos deve começar nessa idade. O câncer de próstata também é duas a três vezes mais frequente em homens negros, com diagnóstico entre cinco e dez anos mais cedo. Nesse caso, homens negros devem iniciar os exames preventivos entre 40 e 45 anos. Por fim, a hereditariedade é um fator de risco com grande importância quando se trata de câncer de próstata. Indivíduos com parentes de primeiro grau (pai ou irmãos) com câncer de próstata, também devem iniciar o rastreio precocemente. Pacientes com histórico familiar com presença de mutação genética, como mutação de BRCA2, que também pode ser encontrada em outros tipos de câncer, como ovário, mama e pâncreas, devem iniciar a realização de exames preventivos aos 40 anos, pois homens com essa mutação tem risco elevado de desenvolver tumores de próstata mais agressivo e em idades mais jovens. Além disso, 10% a 15% dos pacientes com câncer de próstata avançado vão apresentar mutação em genes como BRCA1, BRCA2 ou ATM.
Câncer de próstata tem cura.
Verdade. Quando rastreado em estágio inicial, a chance de cura do câncer de próstata pode chegar a 97%2. Apesar da boa notícia, uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) relevou que 44% dos homens nunca se consultaram com um urologista,o que faz com que a taxa mortalidade e diagnóstico tardio do câncer de próstata ainda sejam altos. Por isso, é extremamente importante que homens tenha um acompanhamento periódico com o urologista e realizem os exames preventivos sem medo ou tabu.
Teste genético não é necessário para tratamento personalizado.
Mito. O câncer de próstata é heterogêneo, ou seja, pode ter diversas assinaturas genéticas. A realização de testes genéticos que evidenciam a mutação específica do câncer, contribui para que seja possível identificar o melhor caminho para tratá-lo por meio da medicina de precisão, nas fases avançadas da doença. Um tratamento personalizado, que seja específico para a mutação genética, pode contribuir como uma nova opção de tratamento na fase avançada da doença.
Descobrir mutação genética do câncer de próstata pode contribuir para o diagnóstico precoce de gerações futuras.
Verdade. A descoberta da mutação genética do paciente com câncer de próstata, não só o beneficia com a possibilidade de realizar um tratamento mais assertivo, como contribui para o diagnóstico precoce das futuras gerações, visto que a hereditariedade é um dos principais fatores de riscos para o desenvolvimento do câncer. Entretanto, herdar uma mutação genética não significa que o indivíduo terá necessariamente câncer no futuro, mas os riscos são aumentados e, por isso, o acompanhamento médico e exames preventivos devem ser iniciados mais cedo e com maior frequência. Homens que herdam a mutação BRCA1 têm três vezes mais chances de desenvolver câncer de próstata, já os que herdam a mutação BRCA2, o risco chega a ser oito vezes maior. As mutações BRCA também podem ser encontradas em cânceres como de mama e ovário. Dados demonstram que 44% das mulheres que herdam a mutação BRCA1 e 17% das que herdam a BRCA2 desenvolverão a doença até os 80 anos. Nesses casos, o aconselhamento familiar com oncogeneticista é fundamental para um possível diagnóstico precoce da doença entre a geração futura.
Para mais informações, visite www.astrazeneca.com.br e siga a empresa no Instagram @astrazenecabr.