26/05/2023 às 15h05min - Atualizada em 26/05/2023 às 15h05min
Inteligência Artificial: afinal, até que ponto ela é uma ameaça aos empregos?
FONTE: Engenharia de Comunicação - [email protected] - FOTOS: Pixabay / Divulgação
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Nova pesquisa do Banco Goldman Sachs mostra que 300 milhões de vagas serão eliminadas das empresas, e no Brasil o impacto dessa realidade será maior
Contadores, designers, jornalistas, escritores, arquitetos, publicitários... Não são poucos os profissionais que temem que os sistemas de inteligência artificial eliminem suas vagas de trabalho em um futuro nem um pouco distante. Prova disso é uma pesquisa recente, divulgada pelo Banco Goldman Sachs, que garante que a automação eliminará 300 milhões de postos de trabalho no mundo nos próximos anos. De acordo com o levantamento, as vagas que correm mais risco de desaparecer são as concernentes às áreas de finanças, administração e rotinas de escritório.
Nos países desenvolvidos, a extinção de empregos se dará de forma mais célere do que nas nações emergentes, como o Brasil, por exemplo, onde demorará um pouco mais para os robôs substituírem a mão de obra humana, mas isso não significa que, por aqui, estamos em situação de vantagem em comparação com o restante do mundo. Pelo contrário: enquanto em uma escala global a exclusão de empregos se mantém na casa de 18%, o Goldman Sachs prevê que, para o Brasil, o percentual será de 23%.
“E agora o que estamos observando é que, com a ampliação do uso do ChatGPT, a ferramenta que, em formato de texto e voz, responde perguntas, elabora textos, produz imagens e cria traduções, muitas pessoas estão em pânico. Inclusive, o que as pessoas estão mais se perguntando hoje é: ‘será que vou perder meu trabalho para uma máquina?’”, observa Filipe Bento (foto), CEO da Br24, a maior parceira da plataforma Bitrix24 da América Latina.
DOIS PESOS E UMA MEDIDA - Antes de responder a essa indagação, Filipe salienta que, no que diz respeito ao assunto “empregos x inteligência artificial”, existem dois grupos contraditórios. O primeiro vê como tragédia a substituição da mão de obra humana pelos robôs.
Por outro lado, o segundo time pensa que os instrumentos digitais, ao passo que extinguirão sim alguns campos de trabalho, contribuirão para que surjam outras novas áreas. “E isso, além de compensar as perdas de vagas, assentirá para um verdadeiro boom no desenvolvimento social e econômico.”
Entre as atividades que ganharão cada vez mais espaço no mercado, destaque para a engenharia de robótica, cujas pessoas serão responsáveis por arquitetar e desenvolver robôs cada vez mais autônomos e sofisticados; especialistas em chatbots, requisitados para desenvolver e aprimorar sistemas de conversas via texto ou voz com os usuários; experts em tradução automática, o que demanda colaboradores capazes de conceber processos de IA (inteligência artificial) que traduzem com excelência textos nos mais diversos idiomas. Ademais, o mercado já sofre da carência de profissionais que entendem de automação de metodologias de IA, cibersegurança, bem como coleta, interpretação e análise de dados para gerar insights valiosos para as empresas.
“É importante que tenhamos em mente que uma ferramenta de IA, sem o humano, de nada vale. Ou seja: estamos falando de sistemas que atuam como ajudante das pessoas em algumas tarefas, reduzindo processos repetitivos e burocráticos, diminuindo erros e falhas, eliminando o retrabalho e permitindo uma melhor organização interna. Tudo com o propósito de entregar um produto ou serviço de mais qualidade ao cliente final. De forma alguma podemos pensar a inteligência artificial como uma ameaça aos empregos”, ressalta Filipe Bento.
Por fim, ele pensa que como as máquinas são incapazes de ter criatividade, pensamento, emoção e até mesmo desenvolver soluções inovadoras, que compreendam e atendam a atualidade, a presença do ser humano sempre se fará necessária para as funções de gerência, planejamento, coordenação e criação. É claro que haverá mudanças, e tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas devem estar preparadas.
Neste sentido, Filipe elenca as seguintes dicas para que ninguém fique no prejuízo:
. Inicie progressivamente - Ao começar, é essencial fazer isso em uma pequena escala. Assim, o processo de adaptação é mais simples e não há o risco de interferência ou paralisação de outros processos do negócio. Aos poucos, empresa e colaboradores vão aprendendo a conviver com a IA.
. Identifique os segmentos de implantação - Para efetuar a transformação digital com êxito, é recomendável saber reconhecer os setores em que as ferramentas necessitam ser sobrepostas. Para isso, é necessário avaliar as minuciosidades das áreas que serão mais beneficiadas com a implementação digital.
. Treinamento da equipe - De nada serve ter as mais modernas ferramentas de IA se os colaboradores não forem devidamente capacitados para tirar a máxima vantagem delas.
. Contar com o auxílio de especialistas no assunto - Além de trabalhar no desenvolvimento de algoritmos, um especialista no assunto pode ajudar o gestor a enxergar os departamentos mais carentes da inteligência artificial, e ainda atuar no gerenciamento e na manutenção dos dispositivos.
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