16/02/2023 às 15h15min - Atualizada em 16/02/2023 às 15h15min
O amanhecer
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“... O amanhecer quase sempre traz uma sensação de encontro, pois, quando os olhos se abrem ao acordar, independentemente das contingências cotidianas, pode-se sentir o renascer, o voltar à vida de novo.
Aliás, todos nós, ao nos depararmos com a luz matinal, deveríamos dizer como dizia o poeta José Isidoro Jr., “Bom dia vida”. - Pois, se a cada noite morremos um pouco, a cada amanhecer renascemos para viver um novo dia, absolutamente novo e único. E, com ele, novas oportunidades, todos os desejos, esperanças tantas, encontros, reencontros, talvez.
Na verdade, o amanhecer é como que a voz da natureza a dizer: “Eu sou a vida, viva, pois”. E tem-se que viver mesmo e muito intensamente, porque cada dia é o último dia, já que é único. E ele vai embora no final de tarde, para nunca mais voltar. E mais uma vez morre-se um pouco na inconsciência do dormir. Fica-se, então, a mercê de um novo amanhecer, de um novo renascer.
Todavia, o que me parece, é que o amanhecer coloca o homem diante de uma janela a olhar para o lado de fora, onde suas obrigações o aguardam, e com elas, todas as contingências atinentes às labutas cotidianas, fazendo dele quase um produto susceptível, como todos os produtos, às intempéries do tempo, dos comportamentos, das atitudes.
Distancia-se o homem da sua intimidade e das ponderações que equilibram seu comportamento e o mistura às necessidades sociais e às turbulências que agitam as desigualdades.
O amanhecer, pois, é a vida que ressurge com a luz. E a vida, é o desafio de todos os dias que ressurge com o amanhecer... ”
(Trecho de Final de Tarde, do livro “Entre a Luz e a Escuridão”)
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