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13/12/2022 às 15h27min - Atualizada em 13/12/2022 às 15h27min

Pesquisa ajuda Brasil a conquistar denominação de origem de espumantes

FONTE: Embrapa Uva e Vinho - [email protected] - FOTO: Divulgação Família Geisse
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Espumantes da região de Altos de Pinto Bandeira apresentam características analíticas que refletem os fatores naturais dos locais onde as uvas são cultivadas
 
Altos de Pinto Bandeira, região de altitude da Serra Gaúcha, foi a primeira do Hemisfério Sul a se dedicar exclusivamente à produção de espumante natural e acaba de conquistar o selo de denominação de origem (DO) para esse tipo de produto. A DO recém-obtida da bebida gaúcha tem status equivalente ao da Champagne, da França, ao do Cava da Espanha, e ao da Franciacorta, da Itália. Esses espumantes têm em comum o uso exclusivo da marca indicadora de seu local de produção, a chamada denominação de origem. A expectativa é que os atuais produtores, as vinícolas Aurora, Don Giovanni, Família Geisse e Valmarino, disponibilizem as primeiras garrafas com o selo da DO já no primeiro semestre de 2023.
 
A DO de Altos de Pinto Bandeira foi obtida por meio de um amplo trabalho de diferentes instituições lideradas pela Embrapa Uva e Vinho (RS). O trabalho técnico-científico é fundamental para cumprir as exigências para esse tipo de registro feito pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
 
“Poder apresentar um espumante com o selo da denominação de origem é uma grande conquista, que exigiu competência profissional e dedicação dos vitivinicultores. Eles buscaram na Embrapa a orientação técnica para essa trajetória”, lembra o pesquisador da Embrapa Jorge Tonietto, que atua em estudos de estruturação e gestão de indicações geográficas.
 
Tonietto conta que, desde o início da cooperação estabelecida com os produtores, em 2005, a conquista de uma DO era um objetivo do grupo no longo prazo. “Os produtores sabiam que a bebida tinha as qualidades necessárias, mas foi necessário internalizar todos os processos de produção de uma forma coletiva no território. Um grande passo foi a estruturação da Indicação de Procedência de vinhos Pinto Bandeira, reconhecida em 2012”, complementa.
 
O que é indicação de procedência e denominação de origem?
No Brasil, a indicação de procedência (IP) e a denominação de origem (DO) são duas modalidades de Indicação Geográfica (IG). A Indicação de Procedência se aplica a produtos de regiões específicas que se tornaram conhecidas, renomadas. Já a denominação de origem se aplica a produtos de regiões específicas que apresentam qualidades ou características que são conferidas aos produtos pelo meio geográfico, incluídos os fatores naturais (clima, solo e relevo) e fatores humanos (sistemas de produção e elaboração, associados ao saber-fazer).
 
O RENOME DA REGIÃO PESA - “Uma etapa importante, que reforça a qualificação para uma DO são os elementos de renome para o espumante natural. Neste caso, todo o trabalho de estruturação da Indicação de Procedência deu essa base”, destaca a professora Ivanira Falcade, pesquisadora aposentada da Universidade de Caxias do Sul. Ela reforça que foi possível reunir notícias de variados meios de comunicação, incluindo referências na mídia especializada; documentos da participação das vinícolas em eventos e feiras; prêmios obtidos em concursos, além de evidenciar a infraestrutura de enoturismo, que tem recebido visitantes de forma crescente.
“A conquista da DO dos Altos de Pinto Bandeira é uma entrega da pesquisa que agrega valor aos produtos vitivinícolas brasileiros e à comunidade do entorno, pois atrai mais turistas que querem conhecer a denominação de origem de espumantes”, pontua o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Adeliano Cargnin. Ele destaca que cada projeto de Indicação Geográfica de vinhos, reconhecida pelo INPI, traz um grande impacto econômico para o Brasil inteiro, pois atrai a atenção também dos consumidores estrangeiros.
 
Para Wellington Gomes dos Santos, da Coordenação de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), todo reconhecimento oficial de uma Indicação Geográfica, especialmente uma de vinho, é resultado de um grande trabalho construído coletivamente, que envolve produtores, universidades e entidades públicas de pesquisa e extensão rural. “É fundamental contarmos com instituições, como a Embrapa Uva e Vinho, na coordenação de estudos técnicos. Eles são imprescindíveis para embasar bem a documentação que justificará o registro de uma IG”, destaca.

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