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24/10/2022 às 15h20min - Atualizada em 24/10/2022 às 15h20min

“Ouvirandum”

Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google
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Me vem à lembrança, eu, menino ainda no Grupo Escolar Washington Luiz, tentando decorar o “Ouvirandum”.
Não entendia quase nada e tropeçava nas palavras, como “raios fúlgidos”, “terra mais garrida”, “lábaro que ostentas” e “clava forte”, mas enchia meus pulmões, assim como meus colegas, buscando que minha voz se destacasse e, fazendo cara de adulto, começava a perceber que algo começava a nascer em meu peito, aquilo que, muitos anos depois, soube se chamar “amor à pátria”, o tal do patriotismo.

Os anos passam, chego aos meus 18 anos e sou recrutado para “fazer o Tiro de Guerra”, na época TG 04-147. Ali vestia o uniforme verde do Exército e, todos os dias, hasteávamos a Bandeira Nacional. Misturava a minha voz ainda adolescente com mais de 200 atiradores e, além do Hino Nacional, entoávamos o Hino do Exército Brasileiro. Ainda tropeçava na Ordem Unida e nas palavras, errando sempre duas partes da letra: “nós somos da pátria amada” (quando o correto é “nós somos da pátria a guarda”) e em outro trecho, “a paz queremos com fervor, a guerra só nos causa a dor (eu cantava, “a guerra somos causador”).
Contudo, percebi que aquele sentimento de menino, já um pouco esquecido e adormecido, voltou a pontuar em meu peito, me fazendo lembrar do meu amor pelo Brasil.

Chego aos dias atuais, quando já não se canta mais o Hino Nacional nas escolas e, do Tiro de Guerra, os jovens querem distância.
Fico a pensar, como amar, o que não aprendemos a respeitar?
O que crianças e jovens brasileiros, verdadeiramente sentem por uma nação, onde só se fala em escândalos políticos, em corrupção, em luta pelo poder, em falcatruas e desvios de recursos públicos?
Enfim, se sementes de amor pelo Brasil, não por partidos, movimentos e políticos, não forem novamente plantadas no coração das crianças e dos jovens, seremos tão somente um país, nunca uma nação.




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