04/11/2024 às 16h21min - Atualizada em 04/11/2024 às 16h21min
É o fim do mundo!
Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google
Acordei hoje preocupado com o final do mundo que tantos já anunciaram, pois pensei: vai que um dia eles tenham razão.
Com este pensamento apocalíptico, comecei a imaginar em como poderíamos aproveitar melhor o restinho que nos restava.
Sabemos, o mundo morre um pouco mais a cada dia pelo amor que não doamos, pelos sonhos que adiamos, pelas pessoas que não valorizamos.
O mundo, como o conhecemos, adoece todas as vezes que acreditamos mais nos números revelados em nossa conta bancária e nas estrelas dos nossos cartões de crédito, que nas revelações existentes no incontável número de constelações no universo. “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar”.
Imaginei então, que, antes do final do mundo e, na sanidade dos libertos, colheríamos flores e entregaríamos ao carteiro, à menina da padaria, ao zelador do prédio, dizendo a cada um o quanto foram importantes em nossa existência.
E depois, ah, cantaríamos muito, debaixo do chuveiro, todas aquelas músicas que fizeram parte da nossa história. “Meu coração não sei por que bate feliz quando te vê...”
Olharíamos, com olhos de ver, o renascer da rosa, a viagem do pássaro, a alma dos cães, a essência das águas.
Ao cair da tarde, iríamos para o alto de uma montanha, e ao redor de uma fogueira, junto a tantos outros, de mãos dadas, em um grande círculo, elevaríamos ao céu uma oração, celebrando e agradecendo a beleza da lua e o brilho das estrelas.
“Ora direis ouvir estrelas! Certo, perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, que, para ouvi-las, muita vez desperto, e abro as janelas, pálido de espanto”.
E assim, o fim seria apenas o início de outro mundo, mais sensível, mais poético, mais humano. *O Brand-News não se responsabiliza por artigos assinados por nossos colaboradores