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11/10/2022 às 15h56min - Atualizada em 11/10/2022 às 15h56min

Câncer de mama: inovações nos tratamentos contra a doença

FONTE E FOTO: Máquina CW - [email protected]
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Especialista da Rede de Hospitais São Camilo de SP destaca benefícios da ciência, como medicamento que pode potencializar o tratamento a partir de anticorpos conjugados
 
Com as novas tecnologias e o avanço da ciência, surgem também novas formas de combate doenças, como o câncer de mama. Este tipo de tumor é mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo e tem sido um dos principais objetos de estudo na busca incessante pela cura da doença.
Para o ano de 2022, conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram estimados 66.280 novos casos de câncer de mama no país, ou seja, uma incidência de 43,74 ocorrências para cada 100 mil mulheres.

Normalmente, os tratamentos disponíveis são cirúrgicos, radioterápicos e sistêmicos, e podem ser injetáveis e oral. “A cirurgia ainda é o tratamento padrão curativo para câncer de mama localizado. A quimioterapia também faz parte deste tratamento e pode ser feita antes e depois da cirurgia. Já a radioterapia é um tratamento complementar, para pacientes que retiraram uma parte da mama ou tem uma axila positiva (com doença linfonodal)”, afirma Haila Bockis Mutti, oncologista da Rede de Hospitais São Camilo de SP.

Tratamentos como hormonioterapia, para pacientes que expressam receptores hormonais; terapia-alvo, que trata pacientes HER2 positivos; e anticorpo-droga conjugado são opções válidas, a depender do tipo e do estadiamento do câncer de mama.

Estudos recentes apontam um medicamento que pode potencializar o tratamento a partir de anticorpos conjugados. Uma pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine mostra que um remédio chamado trastuzumab deruxtecan colaborou com uma redução significativa da doença.
“Essa é uma medicação usada para pacientes com câncer de mama que expressam a proteína HER2 e estão num cenário de doença metastática, que já foram submetidas a um tratamento com bloqueadores de HER. É um estudo positivo, porque mostrou uma taxa de resposta alta no controle da doença e redução de tumor. Também aponta uma diminuição no risco de morte em 45%”, destaca a médica.

O remédio já é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, para ser utilizado especificamente nestes casos. Os impactos da medicação mostram-se positivos para as pacientes, quando se trata de sobrevida global, livre de progressão e em taxa de resposta para o controle da doença.

Outra novidade que visa ajudar pessoas com câncer de mama é a introdução da imunoterapia no tratamento de quimioterapia pré-cirúrgica. “Agora foi introduzida a imunoterapia junto com a quimioterapia, para pacientes com câncer de mama triplo negativo. Então, para pacientes com doença localizada e indicação de quimioterapia prévia, é possível associar a imunoterapia junto com o tratamento”, complementa a oncologista.

Estudos desenvolvidos pelo Hospital Johns Hopkins, nos Estados Unidos, também indicam inovações nos tratamentos. Pesquisadores constataram a possibilidade de analisar um DNA “oculto”, através da avaliação do sangue do paciente com câncer.

A pesquisa implica não só no tratamento do câncer de mama, mas também em tratamento de tumores em geral. No Brasil, esse método ainda não é utilizado, mas segue em estudos clínicos.

“Imagina que o paciente fez uma sessão de quimioterapia e, em seguida, o sangue dele será analisado, para saber se tem o DNA da célula tumoral. Isso é muito interessante para avaliar a eficácia do tratamento e se há doença residual. Para pacientes que fizeram cirurgia, será possível avaliar se elas devem receber quimioterapia adjuvante, por exemplo”, explica Haila.

Tanto a evolução das técnicas para o cuidado dos pacientes como a inovação dos remédios possibilitam a busca por melhor qualidade de vida, além de reduzir riscos de óbito entre a população.

Até o momento, o aparecimento do câncer de mama não tem exatamente uma causa aparente. Mas sabe-se que fatores como idade, genética, hábitos e até mesmo causas ambientais podem comprometer a saúde. De acordo com o Inca, entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas.

Com isso, cuidados com o estilo de vida são indicados na prevenção da doença. O acompanhamento médico e a realização de exames periódicos, principalmente para mulheres a partir dos 40 anos, também são de extrema importância. Já a questão do diagnóstico precoce faz toda a diferença, visto que o câncer de mama pode ser curado em mais de 90% dos casos, quando diagnosticado em fase inicial.

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