26/09/2022 às 15h41min - Atualizada em 26/09/2022 às 15h41min
Grupo da UFMG recebe R$ 2,9 milhões para estudar o vírus da monkeypox
FONTE E FOTO: Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG
FOTO: Centro de Microscopia e Laboratório de Vírus da UFMG v
Entre outras frentes, os recursos oriundos do MCTI serão aplicados na caracterização biológica do patógeno que circula no Brasil
O projeto Aspectos científicos do surto de monkeypox vírus (varíola símia) no Brasil, coordenado por Flávio da Fonseca, pesquisador do CTVacinas e professor do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, acaba de ser contemplado com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Ao todo, serão investidos R$ 2,964 milhões durante 24 meses, quantia que será usada no custeio de bolsas de estudo e aquisição de insumos de pesquisa.
Entre as frentes de trabalho do grupo estão a caracterização biológica do vírus causador da monkeypox que circula no Brasil e os estudos sorológicos em áreas de circulação de outros orthopoxvirus, família da qual o vírus faz parte. Os pesquisadores também farão um trabalho de monitoramento da inserção do vírus em animais silvestres e domésticos - principalmente animais de tutores positivos. Essa linha de pesquisa visa ao entendimento das características ecoepidemiológicas do vírus em diferentes espécies animais e as inter-relações entre a biologia e a ecologia dos hospedeiros, além de apontar a prevalência e diversidade do vírus.
Além de Flávio da Fonseca, o projeto conta com a participação dos professores Erna Kroon, Giliane Trindade, Jônatas Abrahão e Mauro Teixeira, também do ICB.
IMUNIZANTE - O CTVacinas já iniciou os trabalhos de pesquisa para o desenvolvimento de uma vacina contra a monkeypox. O desenvolvimento do imunizante no país será viabilizado com base em dois frascos do vírus Vaccínia Ankara Modificado (MVA) enviados pelos Estados Unidos. A remessa, que chegou ao CTVacinas no início deste mês, foi doada pela National Institutes of Health (NIH), agência de pesquisa médica norte-americana, por meio de acordo de transferência de material clínico firmado com a Rede Vírus MCTI.
CÂMARA POX-MCTI - Os pesquisadores da UFMG que lideram o projeto Aspectos científicos do surto de Monkeypox vírus (varíola símia) no Brasil integram a Câmara POX-MCTI, grupo de trabalho de caráter consultivo formado em maio deste ano para auxiliar o Ministério no enfrentamento do vírus. Entre as ações já efetuadas pelo grupo destacam-se o sequenciamento genômico e o depósito em banco internacional da primeira sequência nucleotídica completa de um vírus da varíola símia obtida de um paciente no Brasil.
Em parceria com a Rede Vírus do MCTI, os integrantes da Câmara POX-MCTI já efetuaram o isolamento e o cultivo em células do vírus. O vírus inativado também foi disponibilizado para uso em controle diagnóstico positivo da doença. Mais recentemente, os virologistas do grupo geraram a primeira imagem de microscopia eletrônica de monkeypox vírus no Brasil. As imagens foram obtidas no Centro de Microscopia da UFMG.