29/08/2022 às 16h23min - Atualizada em 29/08/2022 às 16h23min
É possível ter uma vida normal com a esclerose múltipla
FONTE E FOTOS: Comunicação Sem Fronteiras
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Agosto Laranja chama atenção para a doença degenerativa, que ainda é rodeada por muito desconhecimento e preconceito
Levantamento da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) aponta que a esclerose múltipla é a doença neurológica que mais afeta jovens adultos, sendo na sua maioria mulheres. Mesmo considerada rara, ela atinge uma média de 35 mil pessoas no Brasil e 2,5 milhões em todo o mundo, e ainda assim é desconhecida por cerca de 80% da população. A doença é autoimune, afeta o cérebro, os nervos e a medula espinhal. Para chamar a atenção para a patologia, foi criado em 2006 o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, que acontece em 30 de agosto.
Já o Agosto Laranja foi criado pela organização não governamental Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME), em 2014, com o objetivo de acabar com mitos sobre a doença e fomentar mais respeito, dignidade e acolhimento para quem convive com a enfermidade. O neurologista Iron Dangoni Filho, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, reforça essa ideia. “Acho que a principal mensagem para o Agosto Laranja é poder mostrar para as pessoas que a esclerose múltipla é tratável, que quem convive com a patologia pode ter qualidade de vida e que geralmente vai ter uma vida normal. Precisamos espalhar essa informação”.
Sintomas - Iron Dangoni Filho relata os sinais de que é preciso estar atento: “os principais sintomas são: o início de fraqueza ou dormência em um braço, uma perna, mas principalmente no rosto, e esse é um sinal bem típico - dormência em um dos lados do rosto. Outra questão é uma alteração visual, que diminui a visão associada dor. Pode ocorrer alteração da marcha, na qual a pessoa fica andando de forma desordenada, torta. Além disso, a esclerose múltipla tipicamente é uma doença que vem em surtos, então são episódios de alteração neurológica que duram pelo menos 24 horas e que vão recorrendo ao longo da vida”.
Segundo o médico, existe tratamento, que é medicamentoso e serve para evitar os surtos e controlar a doença. Ele salienta que é possível conviver bem com a esclerose múltipla. “É uma doença incurável, mas a possibilidade de uma vida normal é uma realidade, a doença mudou a partir do tratamento de alta eficácia. E baseado nesses tratamentos, a gente controla a inflamação da doença, a pessoa tem uma vida sem surtos e isso evita que ela tenha problemas e viva normalmente”, explica Iron.
Apesar de toda a evolução em relação aos tratamentos e qualidade de vida dos portadores da esclerose múltipla, o neurologista lamenta que ainda exista muito preconceito em torno da enfermidade.