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25/08/2022 às 14h30min - Atualizada em 25/08/2022 às 14h30min

Você é um hipocondríaco? Quando a preocupação com a saúde vira doença

FONTE: Goldoni Conecta - Lilian Lopes - [email protected] - FOTO: Reprodução Google
Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google
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Psicanalista alerta que essa neurose precisa de tratamento
 
Certamente você conhece alguém que possui um medo constante e irracional de ter, ou de vir a ter uma doença grave. Qualquer alteração fisiológica incomoda esse indivíduo, pois tudo o que ele sente, remete a alguma doença em seu imaginário. São pessoas classificadas, no dito popular, como hipocondríacos. Esta condição é relativamente conhecida. Os pacientes que sofrem deste mal estão sempre tentando encontrar alguma doença em seu corpo. O transtorno hipocondríaco ou transtorno de ansiedade de doença, como também é chamada, é uma neurose de doenças.
 
Sintomas comuns e sem muita relevância são interpretados como sinais de que algo grave, potencialmente fatal ou degenerativo os acomete. A pessoa que sofre com essa condição tende a não se sentir confortável sociabilizando com outras. Um ambiente no qual as coisas não estão sob seu controle pode incomodar. E para não ficar se preocupando com isto, o indivíduo volta a sua atenção para si mesmo. E todas as alterações fisiológicas lhe são mais perceptíveis. É uma espécie de tentativa de desvio de foco inconsciente.
 
Podemos citar alguns exemplos dessa estratégia psicológica que leva ao transtorno de ansiedade de doença: uma dor no peito, ocasionada pela presença de gases contidos na caixa torácica, por exemplo, pode ser rapidamente relacionada a um ataque cardíaco, ou uma simples dor de cabeça vista como um indício de tumor cerebral. Para uma pessoa que não se foca nas doenças, estes detalhes passariam despercebidos. Mas para um potencial hipocondríaco, não. Os sintomas existem, mas são amplificados e, de forma inadequada se faz a interpretação.
 
O agente causador desse transtorno pode ser desde um trauma ou um susto a outros fatores emocionais, como a falta de atenção, a insegurança e a baixa autoestima. Normalmente, a pessoa que sofre tem uma tendência a estar sempre muito bem informado sobre as mais variadas doenças, sintomas e medicamentos. Ele usa com muita frequência os sites de pesquisas e buscas para aprender tudo. O que vai diferenciar e potencializar a hipocondria é o exagero com que essa preocupação se dá.
 
Devemos estar atentos a sinais como: frequência assídua em serviços de saúde e consultórios médicos; hábito constante de se automedicar; excesso de checkups e verificações da saúde; pessimismo e depressão em geral; não possuir um médico de referência e trocar de médico frequentemente; preocupação em tempo integral com doenças e modos de contração e sensação de grande ansiedade ao pensar sobre assuntos ligados a saúde, ficando em estado de angústia permanente.
 
Portanto, se você se sente desta maneira ou suspeita que algum parente ou amigo possa estar sofrendo desta condição, oriente e busque ajuda de um profissional de saúde mental. Com o tempo, se não tratada, a pessoa pode desenvolver outros tipos de transtornos como a depressão, ou mesmo problemas físicos e orgânicos, provocados pela ingestão excessiva de remédios e de intervenções terapêuticas. Se preocupar com a saúde é normal, mas quando essa preocupação te consome, o alerta deve ser acionado. Através de um tratamento psicológico adequado, o paciente recupera sua autoestima, elimina as neuroses e consegue equilibrar mente e corpo, atingindo o bem-estar com resultados mais favoráveis para a promoção de uma vida saudável.
 
Por Dra. Andréa Ladislau - psicanalista

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