30/03/2022 às 14h39min - Atualizada em 30/03/2022 às 14h39min
Emater-MG integra a Rede Morangos do Brasil
FONTE E FOTO: Assessoria de Comunicação da Emater-MG
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Projeto lançado nesta terça-feira reúne instituições de cinco Estados para aperfeiçoar a produção nacional do fruto
Minas Gerais é o maior produtor de morangos do País, com mais de 2,93 mil hectares plantados e produção esperada de 167 mil toneladas em 2022. Apesar de todo esse potencial, os produtores enfrentam o desafio de importar a maior parte das mudas que são plantadas a cada ano, o que aumenta os custos e reduz as margens de lucro. Esse é um problema comum às principais regiões produtoras. Para superar esse e outros gargalos da cadeia produtiva, instituições de pesquisa, assistência técnica e extensão rural de Minas e outros quatro Estados (São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina), se uniram para criar a Rede Morangos do Brasil.
Lançada oficialmente nesta terça-feira (29 de março), em evento virtual transmitido pela plataforma de vídeos YouTube, o projeto tem como objetivos aumentar a produtividade e a renda dos produtores. Serão implementadas pesquisas para desenvolver o melhoramento genético do morango, a tecnologia para produção de mudas, além de aprimorar a nutrição das plantas, o controle de pragas e doenças e os processos de pós-colheita e comercialização.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado (Epamig), ambas vinculadas à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, são as representantes do Governo de Minas na Rede. De acordo com o coordenador técnico estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, a compra de mudas representa mais de 60% do custo de produção dos agricultores. "Nós temos uma dependência muito grande de mudas do exterior, que são importadas do Chile, da Argentina e da Espanha. O investimento em pesquisas poderá gerar novas variedades para estimular a produção de mudas de qualidade e reduzir parcialmente ou até totalmente, quem sabe no futuro, essa dependência das mudas importadas", afirma.
Deny Sanábio cita como uma das ações que podem ser desenvolvidas pela Rede, um projeto coordenado pelo pesquisador da Epamig, Mário Sérgio Carvalho Dias, que prevê a multiplicação de material genético no laboratório de biotecnologia da Epamig Norte (em Nova Porteirinha), a partir de híbridos nacionais de morangueiros selecionados em programas de melhoramento da Epamig, da Universidade Estadual de Londrina e do Instituto Agronômico de Campinas.
Mário Sérgio explica que a pesquisa inclui as principais viroses que afetam as plantas e são transmitidas por mudas. Em uma etapa posterior, dessas plantas híbridas melhoradas serão multiplicadas, e as mudas serão cultivadas em 13 Unidades de Demonstração e Observação (UDO), implantadas nas principais regiões produtoras de Minas Gerais. Com o acompanhamento das plantas em campo, serão avaliadas a produtividade das novas cultivares e as características dos frutos. "Os resultados dessa pesquisa poderão resultar em cultivares com elevado potencial produtivo e mais acessíveis para os produtores do que as importadas", afirma o pesquisador da Epamig.
As unidades demonstrativas serão implantadas nos seguintes municípios: Pouso Alegre, Bom Repouso, Estiva, Senador Amaral, Bueno Brandão, Munhoz e Espírito Santo do Dourado (Sul de Minas); Alfredo de Vasconcelos e Ressaquinha (Campo das Vertentes); Datas (Alto Jequitinhonha); Nova Porteirinha e Montes Claros (Norte) e Prudente de Moraes (Centro-oeste).
O coordenador de Fruticultura da Emater-MG acrescenta que, além do potencial produtivo e da qualidade das mudas, é importante também avaliar aspectos como a aparência e o tamanho dos frutos, além do aroma e do sabor. "São questões importantes, para atender às exigências dos consumidores, que querem um morango bonito e saboroso." De acordo com o engenheiro agrônomo, a união de diversas instituições na Rede Morangos do Brasil vai ampliar o conhecimento sobre a cultura, com benefícios para produtores e consumidores.
Em Minas Gerais, 8.731 agricultores familiares e 296 agricultores não familiares se ocupam da produção comercial do morango, em 59 municípios. Deny Sanábio ressalta que a agricultura familiar é responsável por 92% da produção, em propriedades de cerca de meio hectare. "É uma atividade rentável, considerando o retorno financeiro por área utilizada", destaca o coordenador técnico.