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24/03/2022 às 15h29min - Atualizada em 24/03/2022 às 15h29min

Outono piora a síndrome do olho seco

FONTE E FOTO: Eutrópia Turazzi - LDC Comunicação
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Ar seco e poluição são os gatilhos; mulheres sofrem mais
 
Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que uma das doenças oculares mais frequentes no mundo, a síndrome do olho seco, atinge 3 mulheres para cada homem.  Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, seis variáveis contribuem para que elas tenham mais olho seco:
· A mucosa ocular é frequentemente exposta a cosméticos e maquiagem.
· A superfície dos olhos tem receptores de estrogênios que oscilam e podem aumentar ou diminuir a lubrificação dos olhos.
· Ficam mais tempo em trabalhos online.
· Consomem mais antidepressivo que a população masculina.
· O uso prolongado de pílula anticoncepcional.
· Têm o sistema imunológico mais forte e por isso estão mais expostas a doenças autoimunes como alergia e rosácea.
O médico ressalta que isso não significa que o anticoncepcional ou os tratamentos estéticos devam ser abandonados. A recomendação é consultar um oftalmologista sempre que sentir algum desconforto ocular.
 
SINTOMAS - O especialista esclarece que os sintomas do olho seco são coceira, queimação, olhos vermelhos e irritados, visão borrada que melhora com o piscar, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz, desconforto após ver televisão, ler, trabalhar no computador ou celular.
O olho seco, afirma, é uma alteração na qualidade ou quantidade da lágrima que é responsável pela proteção, oxigenação, umedecimento e limpeza da superfície dos olhos que mantém a transparência da córnea. Por isso, embora possa parecer um mal menor pode comprometer gravemente a visão se não receber o tratamento adequado.
 
CUIDADOS COM COSMÉTICOS - Queiroz Neto afirma que o limite para aplicação de maquiagem ou cremes é a borda dos cílios. O lápis deve ser usado sempre na borda externa das pálpebras. A aplicação na borda interna, alerta, altera o PH da lágrima e irrita os olhos. Cremes que contêm ácido retinoico jamais devem ser usados na pálpebra superior porque podem induzir à irritação e edema palpebral. "A mulher também deve estar atenta ao canto interno dos olhos, que representa a porta de entrada dos produtos", afirma. Caso isso aconteça, a recomendação é lavar os olhos abundantemente com água. Para retirar a maquiagem, aconselha usar um cotonete embebido em xampu infantil que não causa irritação se penetrar nos olhos, e permite higienizar completamente a borda dos cílios para evitar blefarite (inflamação da pálpebra) ou a formação de terçol.
 
HORMÔNIOS E LÁGRIMA - O oftalmologista ressalta que entre mulheres as variações hormonais relacionadas ao ciclo menstrual, uso de pílula anticoncepcional por mais de 5 anos ininterruptos, diminuição dos hormônios no climatério e menopausa estão intimamente relacionados ao olho seco. Isso porque os estrogênios têm influência direta na produção lacrimal. Não por acaso, vários estudos demonstram que a reposição hormonal pode melhorar a produção lacrimal e eliminar o risco de danos na córnea, principalmente entre mulheres que têm ciclo menstrual irregular ou entram na menopausa precocemente.
 
RISCOS AMBIENTAIS - Outros gatilhos da menor lubrificação dos olhos são: a estiagem, poluição, vento, uso excessivo de ar condicionado, calor seco nos dias frios, lentes de contato e excesso de telas.
Para quem usa muito o computador ou lê prolongadamente a recomendação de Queiroz Neto é criar o hábito de piscar repetidamente ou colocar o monitor abaixo do nível dos olhos, além de manter uma vasilha com água para umedecer o ambiente. A síndrome também pode estar relacionada a doenças como lúpus, alergias, entre outras. Além da pílula anticoncepcional, ressalta, o uso de medicamentos para hipertensão, distúrbios digestivos, antialérgicos, descongestionantes, antidepressivos e tranquilizantes também predispõem a alterações na lágrima.
 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO - Hoje ooje  diagnóstico é totalmente automatizado e permite ao paciente visualizar as camadas da lágrima, pontua. O tratamento vai desde uso de lágrima artificial até cirurgia no canal lacrimal, estímulo da produção de lágrima através de dieta até aplicação de luz pulsada, que estimula a produção da lágrima. “Desde que começamos a aplicar estas novas tecnologias, a adesão dos pacientes ao tratamento aumentou muito. Isso porque estimula a produção da camada gordurosa da lágrima que impede a evaporação da aquosa. Este processo pode ser visualizado em exames de imagens do filme lacrimal e estimula o paciente a fazer o tratamento”, afirma. A dica do médico para manter os olhos lubrificados é manter uma dieta vitaminas A e E.  Omega 3 encontrados nas sementes linhaça, nozes e outras oleaginosas.

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