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11/03/2022 às 15h41min - Atualizada em 11/03/2022 às 15h41min

Pesquisa da UNIFAL-MG aponta impacto da pandemia de Covid-19 no Brasil com relação a aspectos psicológicos e bruxismo

FONTE E FOTO: Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL-MG
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Estudo conduzido por docentes e discentes do curso de Fisioterapia ganhou repercussão nacional
 
Uma pesquisa desenvolvida por professores e estudantes do curso de Fisioterapia da UNIFAL-MG apontou o impacto da pandemia de Covid-19 na população brasileira em relação ao bruxismo. Durante o estudo, os pesquisadores identificaram que 100% da população entrevistada apresentava “nervosismo” ou “estresse” devido à pandemia, ao passo que 76,42% relataram aspectos sintomáticos do bruxismo. Os resultados foram publicados no Brazilian Journal of Pain (BrJP), dia 4 de fevereiro, e repercutiram nacionalmente em diversos veículos de imprensa.
De acordo com o professor Marcelo Lourenço Silva, docente do Instituto de Ciências da Motricidade (ICM) e um dos autores da pesquisa, com o afastamento social ocasionado pela pandemia de Covid-19, houve um aumento de pacientes com casos de dores orofaciais e fraturas dentárias comumente associadas às disfunções temporomandibulares (DTM). “Com essa percepção, uma discussão no programa de extensão 'Educador: Conhecendo e Controlando a Dor', a equipe integrada por estudantes e docentes do curso de Fisioterapia visualizou a possibilidade de investigar o impacto da pandemia nos aspectos psicológicos e bruxismo de uma amostra da população brasileira”, relatou à Diretoria de Comunicação.
A pesquisa, aplicada por meio de formulários via internet, alcançou 1476 respondentes de várias regiões do país. Desse total, 85,70% dos entrevistados declararam apertamento diurno da mandíbula, 57,11% relataram ranger de dentes e 71,41% apresentaram ambos os casos. Com esses dados, os pesquisadores constataram que 76,42% do universo pesquisado apresentou percepção negativa dos sintomas de bruxismo.
O estudo também identificou que em torno de 20% dos pesquisados apresentaram aspectos de fadiga, dor nos músculos do rosto ou desconforto nos dentes ao acordar. A população pesquisada apresentou percepções mais baixas em relação à qualidade de vida e à autocompaixão.
“A prevalência da DTM antes mesmo da pandemia já era alta. Estudos anteriores demonstraram que 40% da população urbana brasileira apresenta ao menos um sintoma desta patologia, sendo as mulheres entre 20 e 40 anos de idade as mais acometidas por esta condição. Com o aumento da frequência do bruxismo devido à alteração psicossocial gerada pela mudança no estilo de vida durante o período pandêmico da Covid-19, associado à diminuição das atividades físicas e sociais, bem como mudanças no horário do sono, outras manifestações orais também podem aparecer ou se agravar, tendo um importante impacto na qualidade de vida da população”, explicou Marcelo Lourenço.
O trabalho da pesquisa envolveu os docentes Marcelo Lourenço e Josie Resende Silva, ambos do ICM; os discentes de graduação Laura Pereira Generoso e Guilherme Prevelato Oliveira, do 8º período de Fisioterapia; a doutoranda Lais Leite Ferreira, do Programa de Pós-Graduação em Biociências Aplicadas à Saúde - PPGB; e a dentista e mestranda Luci Mara França Correia, do Instituto de Neurologia de Curitiba (INC-PR). A coleta de dados ocorreu entre os meses de maio e agosto de 2020.
Antes da publicação no Brazilian Journal of Pain, a pesquisa “Impacto da pandemia por COVID 19 em aspectos psicológicos e bruxismo na população brasileira: estudo observacional” foi apresentada em evento científico da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) e no 7° Simpósio Integrado da UNIFAL-MG. Acesse o estudo completo.
 
Para o bruxismo, o tratamento fisioterapêutico utiliza técnicas como massagem, exercícios faciais, exercícios de relaxamento muscular, eletroterapia, radiação infravermelha, acupuntura e estimulação transcraniana não invasiva. Essas ações, associadas ou não ao uso de placa miorrelaxante, às técnicas de relaxamento e ao acompanhamento psicológico e médico, podem melhorar a dor e a qualidade de vida desses indivíduos.

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