10/03/2022 às 14h51min - Atualizada em 10/03/2022 às 14h51min
Portugal é um dos países mais procurados por nômades digitais
FONTE: LCR Capital Partners - FOTO: Andrea Piacquadio - Via Pexels
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Visto de residência no país lusíada pode ser alternativa para aqueles que desejam aderir novo modelo de trabalho
A pandemia do novo coronavírus, iniciada no fim de 2019, trouxe uma série de mudanças na forma em que nos relacionamos, consumimos e trabalhamos. O crescimento e fortalecimento do trabalho remoto durante este período fez com que profissionais, empresas e países vislumbrassem outras modalidades de trabalho como o nomadismo digital.
Agora, com o possível término da crise sanitária e as restrições de viagem diminuindo, pessoas estão, cada vez mais, em busca de destinos que possibilitem o trabalho remoto. Embora essa migração tenha iniciado há alguns anos, a pandemia contribuiu significativamente para a aceleração deste novo modelo de trabalho. Somente nos Estados Unidos, a população de nômades digitais teve um aumento de 112%, crescendo de 7,3 milhões para 15,5 milhões nos últimos dois anos.
Com preferência pelo trabalho à distância com o auxílio da tecnologia, os nômades digitais estão, normalmente, na faixa etária dos 30 anos, trabalham principalmente como autônomos, desejam permanecer em um local de 3 a 6 meses e, muitas vezes, são autodidatas nesse estilo de trabalho. No entanto, a mudança para uma cultura nômade digital não é uniforme em todo o mercado de trabalho.
Geralmente, funcionários de escritórios têm a possibilidade de poder trabalhar à distância, assim, o mercado remoto conta com a forte presença de profissionais da área de marketing, desenvolvedores, designers e executivos de e-commerce. Uma pesquisa realizada pela McKinsey revelou que as empresas adotaram rapidamente tecnologias de digitalização e automação no início da pandemia, com setores como serviços financeiros e tecnologias e países como Estados Unidos e Índia na liderança.
À medida que novas tecnologias são normalizadas no local de trabalho, como as videoconferências e o compartilhamento de arquivos de maneira online, empresas como Facebook, Google e Twitter passam a planejar melhores oportunidades de trabalho remoto para seus funcionários. A XP Investimentos, corretora de valores brasileira, anunciou em 2020 o home office permanente, ao notar que pesquisas internas mostram aumento no indicador de satisfação dos funcionários quando se trata de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
PAÍS PREFERIDO - A busca pelo trabalho remoto contribuiu para o surgimento de fluxos de nômades digitais que desejam trabalhar de qualquer lugar, e Portugal está se tornando o país preferido dos nômades digitais de todo o mundo. O NomadsList.com, um portal desenvolvido pela e para a comunidade de nômades digitais, incluiu duas cidades portuguesas (Lisboa e Porto) entre os cinco melhores destinos para o trabalho remoto.
Localizada na foz do Rio Tejo, Lisboa é uma cidade global que funciona como centro de tecnologia e empreendedorismo, apontada por muitos como o próximo Vale do Silício. Depois de empresas como a Uber e a Huawei, o Google foi mais um gigante da tecnologia a montar uma base em Lisboa em 2018. Para os nômades digitais que preferem trabalhar fora dos escritórios corporativos, Lisboa oferece vários espaços de coworking e cafeterias (algumas oferecem Wi-fi de qualidade e mesa comum reservadas para nômades digitais).
VISTOS - Talvez a única grande desvantagem de trabalhar em Portugal seja o processo para conseguir um visto. Além da população europeia, apenas os indivíduos de alguns países, como Reino Unido, Estados Unidos ou Canadá, podem viajar por mais de 90 dias sem visto para Portugal.
Muitos passaram a optar por vistos, como o D2, o D7 ou o Golden Visa Português (PGV), que permitem morar e residir em Portugal. No entanto, os indivíduos com maior poder econômico entre os nômades digitais optam, na maioria das vezes, pelo PGV, principalmente porque esse tipo de visto proporciona uma maior liberdade para viajar e explorar a região da União Europeia, exigindo que você permaneça no país por uma média de apenas 7 dias por ano.
Com a possibilidade de investir em um lugar próprio (para moradia ou aluguel), o visto também oferece diversas modalidades de investimento elegíveis para aplicação, um rápido tempo de processamento de visto e até benefícios fiscais para seus rendimentos (por meio do regime de residência não habitual) [12]. Outros benefícios que acompanham o visto de investidor são a possibilidade de incluir pais e filhos como dependentes em uma única petição, o acesso a sistemas de saúde e educação e oportunidades de investimento exclusivas na Europa.