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02/03/2022 às 14h10min - Atualizada em 02/03/2022 às 14h10min

Ao menos 148 mil colonoscopias deixaram de ser realizadas no SUS em dois anos de pandemia

FONTE E FOTO: SENSU Consultoria de Comunicação
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O rastreamento do câncer colorretal por colonoscopia foi afetado durante os dois primeiros anos de Covid-19, aponta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Comparado com 2019, houve redução de 30,4% em 2020 e de 12,4% em 2021 no número de exames no SUS. A colonoscopia tem o potencial de evitar a doença, pois possibilita retirar pólipos que podem evoluir para câncer no intestino grosso e reto.
 
O câncer colorretal (intestino grosso/cólon e reto) é o segundo tumor maligno, excluindo o câncer de pele não melanoma, mais comum em homens e mulheres no Brasil, atrás apenas, respectivamente, de câncer de próstata e mama. São 41 mil novos casos previstos para 2022, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer. Em alusão ao Março Azul Marinho, mês de conscientização sobre a doença, a SBCO alerta para um dado ainda mais preocupante que esta já alta incidência de tumores colorretais: ao menos 148 mil colonoscopias deixaram de ser realizados no Sistema Único de Saúde nos últimos dois anos.
 
Este número foi levantando pela SBCO ao conferir o banco de dados do DATASUS. O sistema registra a realização de 347.098 colonoscopias em 2019. Em 2020, quando houve medidas mais restritivas para contenção da disseminação do SarsCov-2, o que incluiu o fechamento de serviços de colonoscopia, foram realizados 241.329 exames (redução de 30,4% no ano passado). Em 2021, foi registrada uma retomada na procura pelo exame, porém, observou-se ainda uma significativa redução (304.004 colonoscopias, um volume 12,4% menor em relação a 2019).
 
O cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Héber Salvador, explica que o câncer colorretal pode se desenvolver silenciosamente por um tempo, sem apresentar nenhum sintoma. Por conta disso, a vertiginosa redução de colonoscopias na pandemia é preocupante. “Quando o paciente apresenta sintomas, já pode ser sinal de uma doença mais avançada. É fundamental a realização de colonoscopia a partir dos 50 anos em pessoas sem sintomas - ou 40 anos, caso haja histórico de câncer na família. Este exame pode evitar a doença, pois, por meio dele, é possível retirar pólipos, que são lesões presas na parede do intestino que poderiam evoluir para câncer”, explica.
 
O cirurgião oncológico Bruno Roberto Braga Azevedo, membro da diretoria da SBCO e titular do Hospital Pilar e do Grupo Oncoclínica, explica que o papel da colonoscopia é evitar que o paciente desenvolva a doença e necessite de cirurgia. “Nosso papel, apesar de sermos cirurgiões, é evitar que o paciente chegue a precisar desse procedimento. A decisão dependerá da extensão, tamanho e localização do tumor, assim como das condições gerais de saúde do paciente. Dependendo do caso, o tratamento pode incluir a radioterapia associada ou não à quimioterapia, no intuito de diminuir a possibilidade de retorno do tumor. No caso de metástase, as chances de cura ficam reduzidas, mas há terapias eficazes, envolvendo quimioterapia e resgate cirúrgico. Por isso, em casos específicos, os pacientes metastáticos podem atingir longos períodos de sobrevida e até mesmo a cura, dependendo do quadro e resposta ao tratamento.
 
QUAIS SÃO OS SINAIS DE ALERTA? - Alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados), assim como alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas), são sintomas de alerta, que devem ser investigados. Os demais sintomas mais comuns são sangue nas fezes, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia e perda de peso sem causa aparente.
 
COMO PREVENIR? - Recomenda-se a adoção de uma dieta que contemple o consumo de frutas e hortaliças, assim como evitar o consumo de alimentos processados e de bebidas alcoólicas, refrigerantes e outras bebidas açucaradas. Moderação também é a palavra-chave em relação à carne vermelha e alimentos calóricos e/ou gordurosos. Os demais fatores de risco são sedentarismo, obesidade e tabagismo.
A hereditariedade representa entre 5% a 10% dos casos, sendo a síndrome de Lynch a mais prevalente. Há também a polipose adenomatosa familiar, que é quando os pacientes apresentam um maior número de pólipos, devendo ser submetidos mais frequentemente à colonoscopia. 
 
SOBRE A SBCO - Fundada em 31 de maio de 1988, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma entidade sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que agrega cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente com câncer. Sua missão é também promover educação médica continuada, com intercâmbio de conhecimentos, que promovam a prevenção, detecção precoce e o melhor tratamento possível aos pacientes, fortalecendo e representando a cirurgia oncológica brasileira. É presidida pelo cirurgião oncológico Héber Salvador (2021-2023).

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