09/02/2022 às 15h27min - Atualizada em 09/02/2022 às 15h27min
Novo exame de retina previne infarto
FONTE E FOTO: Eutrópia Turazzi - LDC Comunicação
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Sistema de inteligência artificial antecipa em um ano o diagnóstico de infarto através da análise de vasos da retina, segundo oftalmologista do Instituto Penido Burnier
Um novo sistema de inteligência artificial (IA) que acaba de ser divulgado pela revista científica Nature, antecipa em um ano o diagnóstico de infarto, maior causa de mortes no mundo. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, o exame de fundo de olho detecta doenças sistêmicas através de alterações nos vasos da retina. "Em tempo de pandemia o consultório oftalmológico é a porta de entrada para um checkup com menor risco de contrair COVID-19. Podemos dizer sem exagero que os olhos são a janela do corpo", afirma. Para se ter ideia, os vasos da retina indicam diabetes, hipertensão arterial e outras alterações vasculares que estão diretamente relacionas à saúde do coração.
De acordo com a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), as doenças cardíacas tiveram aumento durante a pandemia e representam 30% das mortes do País. Dados da SBC mostram que este ano, até 8 de fevereiro, causaram 42,7 mil óbitos.
O sistema de IA, desenvolvido no Reino Unido, faz uma análise mais profunda da saúde vascular por meio de uma complexa combinação de algoritmos. Queiroz Neto afirma que o novo sistema dá um salto de qualidade na preservação da vida por um custo menor. Isso porque antecipa o risco de infarto pelo tamanho e eficiência de bombeamento do ventrículo esquerdo. Até hoje, estas alterações cardíacas são diagnosticadas por ressonância magnética ou ecocardiograma, que tem um custo bem mais elevado que o exame de fundo de olho.
OUTRAS DOENÇAS - O oftalmologista ressalta que embora o exame de fundo de olho tradicional permita mapear todo nosso organismo, não é preventivo, isso porque faz o diagnóstico de doenças já instaladas, entre elas a hipertensão arterial, diabetes, doenças reumáticas, tuberculose, toxoplasmose, lepra, AIDS, e até tumores intracranianos. "Para ser realizado, instilamos um colírio no olho do paciente para dilatar a pupila e usamos um oftalmoscópio, lente com capacidade de aumentar diversas vezes o nervo óptico, retina e vasos. Por isso, conseguimos prever o risco de retinopatia em diabéticos, bem como as frequentes alterações nos rins para orientarmos o paciente sobre tratamentos", salienta.
O novo sistema de inteligência artificial ainda não está disponível no Brasil.
ALTERAÇÕES APARENTES E SISTÊMICAS - Queiroz Neto afirma que algumas doenças oculares ou em outras partes podem alterar a aparência do olhos e a visão. As principais são:
. Terçol permanente: Quando aquela bolinha dolorida na pálpebra, o terçol ou hordéolo não sara pode indicar um tumor nas glândulas da pálpebra que produzem a camada gordurosa da lágrima.
. Perda de pelos na sobrancelha: Sinaliza estresse, carência de nutrientes, em alguns casos disfunção na tireoide.
. Olhos saltados: Distúrbio na tireoide e doença de graves, uma alteração autoimune que afeta a visão.
. Olhos amarelados: Alteração no fígado.
. Pupila contraída: Indica uveíte, inflamação da uvea, que é formada pela íris, corpo ciliar e coroide.
. Pupila dilatada: Sinaliza tumores, glaucoma, trauma ou doenças do sistema nervoso central.
. Visão dupla: Aponta tumor intracraniano, acidentes vasculares centrais, traumas ou hiperglicemia.
. Mudança na cor dos olhos: É causada por medicamentos ou inflamações oculares.
. Cegueira momentânea: Indica tumor intracraniano, má circulação no cérebro ou arritmia cardíaca.
. Visão borrada: Ocorre no diabetes, sangramento ocular, inflamação, hipertensão arterial e, claro, na catarata.
Se os olhos são a janela do corpo, a consulta oftalmológica é a porta da saúde, conclui o oftalmologista.