17/01/2022 às 15h18min - Atualizada em 17/01/2022 às 15h18min
Senhor!
Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google *
Custei sim a me acostumar com a palavra “senhor”, quando as pessoas se dirigiam à minha pessoa. (Será que o Fernando, o Pessoa, passou pelo mesmo problema?). A primeira vez que a ouvi foi meio traumatizante e diagnostiquei: “estou ficando velho”.
Hoje, passado algum tempo, acho normal o tratamento e até tirei o “ficando” da frase acima e, no respeito a quem pensa diferente, acho até uma bobagem responder com aquela frase bordão. “O senhor está nos céus”.
Também não penso ser pertinente ficar teorizando sobre “eu não estou velho, sou mais experiente”, eufemismo que não esconde a prova material e física dos cabelos brancos (os que resistiram) e as rugas na face.
Ficar velho é uma benção divina para quem conseguiu passar e ultrapassar as diferentes fases da vida, aceitando, não sem certa resistência, as limitações naturais que a infância, a adolescência, a juventude e a velhice nos oferecem, cada uma a seu tempo.
Existem situações que estão na essência das coisas e não adianta, nem vale a pena ficar brigando com elas.
É como quem vai para o casamento na ilusão de um relacionamento perfeito. Em sua base, na sua gênese, relacionamento pressupõe conflito e “se não queria brincar, por que desceu para o playground?”.
É claro que não é simples. Exige trabalho, esforço, persistência, consciência.
Assim foi no primário, no secundário, terciário e agora no sexogenário, seo Genaro!
Resumo da ópera.
Se você está nos vinte, cante e pinte.
Se nos trinta, viva e sinta.
Se nos quarenta, aproveita e se reinventa.
Se nos cinquenta, persista e experimenta.
Se nos sessenta, se aposenta, na certeza de quem os anos diminuem, mas a sabedoria aumenta. *O Brand-News não se responsabiliza por artigos assinados por nossos colaboradores