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20/08/2021 às 16h40min - Atualizada em 20/08/2021 às 16h40min

A vida - Homenagem a Alexandre Gonçalves Sampê

Por André Luiz Fernandes Dourador
André Dourador e Alexandre Gonçalves Sampê em Barcelona, Espanha

“Quando me dei conta que a grande maioria das pessoas que conhecia tinham se casado e estavam tendo filhos, tive a certeza que o amor não era para mim, desde os meus 12 ou 13 anos queria fazer vasectomia pra não correr o risco de deixar “frutos” nessa terra, queria que minha existência passasse desapercebida. Acreditava que ficaria em Casa Branca/SP pelo resto dos meus dias, estando com meus pais e tios no processo do envelhecimento tanto deles quanto meu.
De repente surgiu uma oportunidade de recomeçar uma faculdade e logo em seguida me “transferir” aqui pra Poços… e aqui descobri que todos nós temos o direito a amar, encontrei o Alexandre, nos conhecemos num 1º de maio e logo em 7 de julho resolvemos morar juntos. E sempre tivemos a certeza que nosso amor era verdadeiro e para sempre… e foi! Passamos por alguns perrengues, mas nunca deixamos de nos falar, de dormir na mesma cama, de acordar e dizer um bom dia e dar um beijo na testa antes de sair par o trabalho.
A cada problema, nossa união se fortalecia, tive que passar uma temporada na Inglaterra, que foi muito dolorosa pra ambos, mas nem por um instante pensamos em nos separar, aquela experiência só confirmou o que já sentíamos. Jamais poderíamos viver um sem o outro… e assim vivemos. Nossas famílias se conheceram, viajamos juntos. Ambas as famílias frequentavam nossa casa, passávamos o Natal com a família dele e o Réveillon com a minha. Estávamos sempre juntos nos aniversários dos nossos pais, e assim fomos extremamente felizes, construindo nossa vida por 16 anos, até que ele adoeceu.
Não tive dúvidas, jamais o deixaria sozinho, o acompanhei no pré e pós-cirúrgico, falei com ele diariamente por vídeo-chamada enquanto estava na UTI, e depois fiquei com ele no hospital até que tivesse alta. Permaneci ao seu lado por todo o tempo, inclusive quando voltou a ser internado e, dessa vez, não teve alta, Meu Ale partiu. Eu fiquei!
Ale me deixou o maior exemplo de amor ao próximo, de caridade, não se incomodava em ajudar ninguém, quem quer que fosse, fez de mim um homem de verdade, adulto, digno, ético, com nossos princípios e moralmente muito melhor. Aprendemos muitas coisas juntos, acredito que evoluímos muito enquanto seres humanos.
Há quatro meses que não me esqueço do seu último olhar pra mim, do momento em que suas mãos perderam a força enquanto seguravam as minhas e o esboço de um sorriso no seu rosto, na tentativas dizer: “Fique bem, tá tudo certo!”
 
Hoje há quem diga que éramos apenas amigos, que dividíamos despesas… pessoas que não conhecem o significado do AMOR e muito menos da dor da perda, não entenderam absolutamente nada sobre o que Jesus ensinou. Mas apesar da frieza e indiferença pela memória do Ale, peço a Deus que as abençoe e tenha misericórdia de quem nunca conheceu realmente o verdadeiro AMOR!”

Por André Luiz Fernandes Dourador - Turismólogo




 

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