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Endometriose e alimentação: novo estudo aponta a dieta como aliada no controle dos sintomas

07/05/2025 14h47 - Atualizado há 19 horas

 

Pesquisa da Universidade de Edimburgo, investigou o impacto de glúten, laticínios, cafeína e álcool em mais de 2.500 mulheres com a condição crônica, que pode levar até sete anos para ser identificada

No dia 7 de maio, acontece o Dia Internacional da Luta contra a Endometriose, uma data que visa ampliar a conscientização sobre uma doença que atinge cerca de 190 milhões de mulheres em idade reprodutiva no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que mais de 8 milhões convivam com essa condição, caracterizada pelo crescimento do tecido semelhante ao endométrio fora do útero. 

Recentemente, um estudo conduzido pela Universidade de Edimburgo trouxe novas perspectivas sobre o manejo da endometriose. A pesquisa, considerada a maior já realizada sobre dieta e a condição, envolveu 2.599 participantes e revelou que mudanças alimentares podem aliviar os sintomas da doença.

Segundo a pesquisa, publicada no The Guardian, 45% das mulheres que eliminaram o glúten ou os laticínios relataram melhora nas dores. Além disso, 43% das que reduziram o consumo de cafeína e 53% das que diminuíram a ingestão de álcool também observaram alívio dos sintomas.
Para Fernanda Nunes, ginecologista da clínica Atma Soma, a relação entre esses alimentos e a endometriose está ligada principalmente à inflamação, ao sistema imunológico, à saúde intestinal e aos hormônios. “Por se tratar de uma doença inflamatória, esses itens podem estimular ainda mais o processo inflamatório no corpo. Além disso, em algumas mulheres, o glúten e os laticínios podem provocar reações imunológicas agravantes”. 

Apesar de sua alta prevalência — afetando uma em cada dez mulheres — o diagnóstico ainda costuma ser tardio, levando em média sete anos para ser confirmado. Segundo a especialista, é fundamental que as mulheres estejam atentas aos sinais do corpo. “Dores menstruais incapacitantes não são normais e devem ser investigadas. O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento eficaz”. 

Quando procurar um médico e como é feito o diagnóstico
A endometriose pode se manifestar por meio de diversos sintomas, sendo os mais comuns dor pélvica crônica, dor durante a menstruação (dismenorreia), dor durante as relações sexuais (dispareunia), alterações intestinais e urinárias no período menstrual e dificuldade para engravidar.
A investigação clínica é o primeiro passo, seguida de exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética da pelve. Em casos selecionados, a videolaparoscopia pode ser indicada para confirmar o diagnóstico e tratar a doença.

Número de atendimentos cresce no Brasil
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem registrado um aumento significativo nos atendimentos relacionados à endometriose. Em 2022, foram realizados 82.693 atendimentos na atenção primária, número que subiu para 115.765 em 2023. Os dados preliminares de 2024 já apontam para 145.744 atendimentos, um crescimento de 76,2% em três anos, segundo o Ministério da Saúde.
“A endometriose ainda é uma doença cercada de tabus e desinformação. Muitas mulheres sofrem em silêncio, acreditando que a dor intensa durante o período menstrual é normal. É urgente quebrar o ciclo da desinformação, ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e garantir tratamentos adequados que proporcionem qualidade de vida para quem convive com a doença”, finaliza a ginecologista.


FONTE: FONTE E FOTO: DIGITAL TRIX
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