Inteligência Artificial agiliza diagnóstico de AVC

23/01/2025 13h52 - Atualizado há 6 dias

 
Privação de sangue no cérebro mata aproximadamente 2 milhões de neurônios por minuto; agilidade na identificação ajuda a evitar sequelas
 
Antonio Pacheco estava no mercado quando começou a sentir os primeiros sinais de um acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI). Ao tentar pegar um produto na prateleira, notou dificuldade em controlar o braço. Sem sentir dor ou outros sintomas mais graves, acreditou ser apenas um desconforto causado por uma má posição durante o sono. Ele voltou dirigindo para casa, mas, durante o almoço, não conseguiu segurar o talher e levar a comida à boca. Foi então que decidiu procurar atendimento médico no Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba, onde mora. Ao sair do carro, percebeu que sua perna esquerda começava a se arrastar. 

“Assim que cheguei ao Pronto Atendimento e mencionei a suspeita de AVC, fui encaminhado  imediatamente para a avaliação neurológica, sem passar por triagem ou cadastro. A equipe realizou testes de consciência, exames laboratoriais, tomografia e angiotomografia, descartando a possibilidade de um AVC hemorrágico. Recebi medicação e aguardei  vaga na UTI”, relembra Pacheco. “Eu não sentia dor no peito nem em outras partes do corpo, então não tinha noção da gravidade. Só percebi a seriedade do caso quando fui encaminhado à UTI. No dia seguinte, já iniciei a fisioterapia, que sigo até hoje”
 
Diagnóstico rápido e preciso
Pacheco não sabia, mas seu diagnóstico foi acelerado por um software de inteligência artificial disponível, chamado RAPID AI. Esse recurso agiliza a análise das imagens de tomografias e angiotomografias, exames fundamentais para diagnosticar o AVC. “O sistema possui milhares de imagens em sua base de dados e consegue fornecer o diagnóstico em poucos minutos. Ele processa as imagens e envia o resultado para toda a equipe de neurologistas envolvida, destacando as lesões presentes e direcionando o melhor tratamento”, explica o neurorradiologista intervencionista, Gelson Koppe
Segundo o médico, o tratamento pode envolver medicação endovenosa para dissolver pequenos coágulos, desde que os sintomas tenham surgido há menos de 5 horas e afetem apenas vasos menores.
 
Como acontece o AVC
O AVC acontece quando os vasos que levam o sangue e oxigênio ao cérebro se rompem ou entopem, fazendo a morte desta região cerebral e muitas vezes causando danos e sequelas irreversíveis. Por isso o tempo é primordial, já que a estimativa é que a cada minuto que o cérebro fica sem receber sangue, 2 milhões de neurônios morrem. 
Entre os principais sintomas que podem indicar que alguém está tendo um AVC, estão a fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna; confusão mental; fala enrolada ou dificuldade em entender o que é falado; alteração na visão; perda de equilíbrio, coordenação ou tontura e dor de cabeça súbita e intensa. 

Entre os fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver AVC estão a hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso, tabagismo, uso de bebidas alcoólicas, sedentarismo e histórico familiar. 
 
Prevenção
A medicina tem avançado, melhorado o tempo do diagnóstico e tratamentos, mas a prevenção para a doença passa por um estilo de vida saudável, focado na boa alimentação e prática de atividade física. “O AVC é uma doença grave que pode levar à morte. E o estilo de vida saudável é fundamental para salvarmos vidas, com atividade física regular, alimentação adequada, controle da pressão arterial, diabetes e obesidade”, reforça o neurorradiologista intervencionista. 
 
Sobre o Hospital São Marcelino Champagnat - O Hospital São Marcelino Champagnat faz parte do Grupo Marista e é referência em procedimentos cirúrgicos de média e alta complexidade. Nas especialidades destacam-se: cardiologia, neurocirurgia, ortopedia e cirurgia geral e bariátrica, além de serviços diferenciados de check-up.
 
 

FONTE: Central Press - [email protected] - FOTO: Envato
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