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25/11/2024 às 15h25min - Atualizada em 25/11/2024 às 15h25min

Videolocadoras

Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google

 
Ah, que saudades tenho das videolocadoras.
Naquele tempo, passar e pegar, no mínimo, dois filmes para assistir aos finais de semana era por si um evento recheado de expectativas, usualmente regado a pipoca & boa (s) companhia (s). 
Usualmente, perguntávamos ao atendente da locadora e ele informava (na época não havia o termo “spoiler”) sobre as impressões dele e as de outros clientes sobre determinado título. Mas, ainda assim, a dúvida acompanhava a gente até inserir o filme no videocassete.
 
Sendo bom ou ruim, guardávamos o nome do filme e os atores principais para, depois, conversarmos com amigos e indicar ou não a película.
Conhecíamos todos os atores pelo nome e quando chegava o momento da eleição dos melhores filmes do ano no “Oscar”, assistíamos pela TV para captar sugestões dos premiados e ficar atentos na chegada de algum deles na locadora próxima à nossa casa.
 
Foi um período de mudanças já que deixávamos de ir às salas de cinema (outra grande perda que merece outro texto) para ter o “cinema em casa”, com todo o conforto e com os benefícios de um pit stop para ir ao banheiro, comentar sobre o filme ou para comer algo.
 
Só para citar, “Grease, nos tempos da brilhantina”, que já havíamos assistido nos Cinemas, foi recordista de retirada nas videolocadoras, já que muitos assistiram a comédia musical estrelada por John Travolta e Olívia Newton-John, dezenas de vezes. Isso para não dizer do sucesso da trilha sonora que depois ouvíamos nas rádios, hits como “Grease”, “Summer Nights”, “Hopelessly devoted to you”, “Sandy”...
 
E quando esquecíamos de devolver os filmes na segunda-feira e por isso tínhamos que pagar um adicional (multa)? E ficar esperando determinado filme ser entregue por outro cliente?
E os filmes “proibidos” que ficavam em uma divisão especial dentro da locadora e muitos tinham vergonha de serem vistos por lá?
E o Dia dos Namorados então... sempre acompanhado de um bom filme romântico, um bom vinho e assim, o depois tinha muito mais sabor?
Hoje ganhamos a Netflix e milhares de títulos, séries, tudo muito fácil, muito rápido, muito prático.
 
Ah, mas quem viveu sabe que, com o desaparecimento das videolocadoras (ou fecharam ou se transformaram em lojas de games) perdemos, com certeza, o prazer, o sonho, as expectativas, os encontros, que só aquele local proporcionava.
Não é à toa que muitos que viveram aqueles tempos, por vezes, se sentem como um "E.T." e ficam com a vontade imensa de ir “De volta para o futuro”, para, quem sabe, viverem novamente “Os embalos de sábado à noite”.
Hoje, embora muitos pensem que estão “Curtindo a vida adoidado”, vivem essa “Atração Fatal” pela tecnologia e suas facilidades e sem saber, estão verdadeiramente vivendo 
“A hora do pesadelo”.
The End.
 
 



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