30/10/2024 às 15h17min - Atualizada em 30/10/2024 às 15h17min
SUDEP é uma das causas de morte mais comum em pessoas com o diagnóstico de epilepsia
FONTE: Bruno - KB Comunicação - [email protected]
Especialista aponta que a falta de medicamentos no SUS e a demora da Anvisa na aprovação de novos remédios podem prejudicar o tratamento dos pacientes, aumentando o risco de SUDEP
O mês de outubro marca a conscientização sobre a SUDEP (Morte Súbita Inesperada na Epilepsia), uma condição grave que afeta pacientes com epilepsia. A urgência de debater essa doença no Brasil se intensifica diante de um cenário alarmante: a falta de medicamentos essenciais e a burocracia do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo dados da ABE (Associação Brasileira de Epilepsia), cerca de 1% da população brasileira tem epilepsia, uma doença neurológica crônica. Apesar de ser tratável, a falta de medicamentos essenciais e a demora na aprovação de novos tratamentos podem colocar em risco a vida de muitos pacientes.
A SUDEP ocorre de forma repentina, mesmo em pessoas aparentemente saudáveis. Por isso, o controle das crises epilépticas, associado ao acompanhamento médico, é fundamental para que seja evitada.
Os dados divulgados pela ABE apontam que 60% dos pacientes gostariam que os médicos explicassem sobre SUDEP desde o início do diagnóstico, e quase 90% dos entrevistados afirmam que nunca ouviram falar sobre os perigos desta condição.
O que é a SUDEP? - A Morte Súbita Inesperada na Epilepsia é quando uma pessoa falece subitamente, sem uma causa evidente. Apesar de ser uma condição rara, a SUDEP está fortemente ligada à frequência de crises tônico-clônicas (convulsões), especialmente quando a pessoa não está em tratamento ou não toma as medicações adequadas. Pacientes com epilepsia refratária - aquelas com crises que não são controladas por tratamentos convencionais - estão em maior risco.
“Muitos medicamentos essenciais faltam constantemente nas prateleiras, interrompendo o tratamento e colocando em risco a vida dos pacientes. A ausência de estoque ocorre por conta de um sistema de compras ineficiente, onde os remédios são encomendados apenas quando o estoque já se esgota, descumprindo leis que garantem a continuidade do tratamento”, explica o Dr. Lécio Figueira, médico neurologista especialista em epilepsia e vice-presidente da ABE.
O doutor ainda afirma que “além da falta de estoque no SUS, os pacientes enfrentam um processo burocrático demorado e desgastante todos os meses, isso para renovar os pedidos e cumprir exigências administrativas para continuar recebendo medicamentos, o que acaba atrasando o tratamento”. Esse atraso aumenta a ocorrência de crises epilépticas, elevando significativamente o risco de complicações graves da doença, incluindo casos de SUDEP.
Além disso, algumas vezes a aprovação de novos medicamentos pode ser demorada, atrasando o acesso a fármacos mais novos, como o cenobamato e fármacos de resgate, os quais já são aprovados em outros países como Estados Unidos da América, Japão e países da Europa. “No entanto, no Brasil, os medicamentos ainda aguardam aprovação da ANVISA o que reforça a necessidade a sociedade, médicos e gestores de saúde se unirem em busca de soluções mais ágeis e eficazes”, finaliza o Dr. Lécio Figueira.
Para mais informações sobre epilepsia, conheça a ABE, acesse: https://epilepsiabrasil.org.br/