06/08/2024 às 16h22min - Atualizada em 06/08/2024 às 16h22min
Sistema Único de Saúde inclui cirurgia sem corte para tratamento de câncer no fígado
FONTE: Beatriz Lucas - Choices Comunicação - [email protected] - FOTO: Reprodução Google
A mobilização para que o método conhecido como ablação fosse incluído no SUS partiu da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista (Sobrice)
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec-SUS) aprovou o pedido da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista (Sobrice) para a inclusão da ablação, um tipo de cirurgia sem corte, no SUS, para tratamento de pacientes com câncer de fígado. “A Sobrice vem buscando tornar os procedimentos cada vez mais acessíveis para a população; é uma bandeira da entidade e da ciência. Conseguimos, em meio a um processo interno no Ministério da Saúde, a atualização das Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas para pacientes com tumor colorretal com metástase hepática. Com isso, foi possível incluir a ablação no tratamento”, explica o Dr. Luiz Sérgio Grillo, diretor de defesa profissional da Sobrice e responsável pela incorporação de novas tecnologias.
A ablação já é usada no tratamento contra o câncer e é considerada um procedimento minimamente invasivo, que oferece ao paciente uma alternativa mais rápida e segura. Durante a ablação, uma agulha é inserida no tumor com o auxílio de equipamentos modernos de imagem, como ultrassom ou tomografia. Uma vez inserida, a agulha emite calor (geralmente através de radiofrequência) ou frio (por meio de crioablação), com o objetivo de destruir as células cancerígenas. O calor ou frio aplicado durante a ablação causa danos irreversíveis ao tecido tumoral e é visto como um caminho recente e inovador da medicina.
“A ablação é amplamente utilizada no tratamento do câncer de fígado, tanto o primário quanto nas metástases. Com a inclusão no SUS, mais pacientes vão se beneficiar. A terapia ablativa preserva o paciente. Por exemplo, uma pessoa que teve câncer em um dos rins, passou por cirurgia, retirou o rim e, depois de um tempo, é constatado que há metástase em outro rim; a ablação é a melhor opção para que o órgão desse paciente seja preservado. A princípio, o procedimento estará disponível para pacientes com tumor no fígado, mas nosso objetivo é ampliar”, destaca o Dr. Luiz Sérgio Grillo.
Inicialmente, a técnica vai abranger os dois tipos mais frequentes, a metástase hepática e o carcinoma hepatocelular. A metástase hepática de um tumor colorretal é quando há a propagação do câncer a partir do seu local de origem para o fígado. Por outro lado, o carcinoma hepatocelular é um câncer primário do fígado, frequentemente associado à cirrose e à hepatite viral crônica.
A ablação oferece vantagens significativas em comparação com outras formas de tratamento para certos tipos de cânceres e condições médicas. O procedimento, geralmente, não requer anestesia geral, o que reduz os riscos associados à sedação profunda. Por ser um procedimento guiado por imagem, a ablação permite uma precisão excepcional no direcionamento do tratamento, minimizando danos aos tecidos saudáveis circundantes.