25/07/2024 às 15h54min - Atualizada em 25/07/2024 às 15h54min

Bibliotecas de Poços de Caldas ganham selos de identidade

FONTE: Bibi Rodriguez - [email protected] - FOTO: Dani Alvisi
Rafa da Mata trabalha há mais de 10 anos com xilogravura
 
O artista visual Rafa da Mata cria, em xilogravura, os chamados ex libris que determinam a propriedade de um livro
 
Para entrar para a história. As bibliotecas públicas de Poços de Caldas ganham os primeiros ex libris, espécie de selo de propriedade que identifica cada livro. Os selos, criados pelo artista visual Rafa da Mata, foram produzidos em xilogravura e antes de serem entregues a cada uma das bibliotecas, estão em exposição na Biblioteca Centenário, localizada no Espaço Cultural da Urca, na programação do 28º Festival de Inverno de Poços de Caldas até final de agosto.
 
O ex libris pode ser definido como uma espécie de selo de propriedade, incontestável e universal, que vem colado na face interna da capa, no rosto e anterrosto do livro. Rafa da Mata explica que os selos surgiram da necessidade de atestar a quem pertencia um livro de maneira mais eficiente, original e elegante do que marcá-lo com uma assinatura, conforme pesquisa de Fausto Moreira Rato.
 
Esse tipo de selo é antecessor dos logotipos e o mais antigo gravado é datado de 1450, na Alemanha. Para que um ex libris se configure como tal, é preciso que, na composição dele, além do nome ou monograma do proprietário, entre a expressão “ex libris” ou equivalente. Ele é, ao mesmo tempo, imagem e palavra, expressão de uma estética das senhas pessoais de identidade.
 
Rafa da Mata escolheu a técnica da xilogravura, com a qual trabalha a mais de 10 anos, para criar os primeiros selos para as bibliotecas de Poços de Caldas. Não por coincidência, porque segundo estudos, a xilogravura foi a primeira técnica a ser usada para criar ex libris. “A xilogravura é uma forma de gravura em relevo, onde a imagem é esculpida em uma matriz de madeira ou outro suporte. A técnica consiste em esculpir a imagem e depois aplicar tinta para criar uma impressão em papel ou outro material”, explica Rafa da Mata.
 
Para criar os desenhos de cada biblioteca, Rafa da Mata contou com a participação dos bibliotecários das unidades, a fim de encontrar o melhor símbolo ou ícone para cada entidade, levando em consideração o nome da instituição, elementos da profissão e biografia do personagem . “Pedi também que me mandassem palavras que acreditavam que podiam remeter à biblioteca e a partir de todas essas informações criei cada um dos selos”, conta. As primeiras bibliotecas da cidade a terem ex libris são: Centenário, Julio Bonazzi, Centro de Artes e Esportes Unificados - CEU, Dr. Marcos Vinícius e Manuel Francisco Costa Guimarães
 
A partir dessas primeiras cinco bibliotecas públicas a ganharem seus ex libris, Rafa da Mata se comprometeu a criar desenhos para as outras unidades. “Espero que  sejam usados e que a cidade reconheça cada uma das unidades e aprenda a valorizar ainda mais os espaços de conhecimento e se interesse e preserve a história de cada local”, declara.
 
A EXPOSIÇÃO - Estão expostas na Biblioteca Centenário, até o final do mês de agosto, cinco matrizes em madeira com suas respectivas impressões de cada ex libris. As imagens foram gravadas em madeira de pau marfim tamanho 10 x 15 cm e impressos sobre papel de algodão 15 x 21 cm. As cinco gravuras estão expostas juntamente com suas matrizes em madeira, podendo ser tocadas pelo público e em caso de visitas com acessibilidade para pessoas com deficiência visual. O projeto contou com o apoio dos artistas visuais Sérgio Fernandes, Anderson Almeida, Dani Alvisi e da produtora Bibi Rodriguez.
 
SOBRE RAFA DA MATA - Rafael Fonseca da Mata, Rafa da Mata, é Bacharel em Artes Visuais com Habilitação em Gravura pela Universidade Federal de Minas Gerais - EBA / UFMG. É sócio proprietário da Kasanalógica. Participou do 6º Concurso Nacional de Artes Plásticas e Fotografia - Salão de Artes Plásticas Bruno Filisberti e Salão de Fotografia Décio Alves de Moraes, na categoria de Gravura, em 2019. Fez parte do projeto Gravadores de Memória - Uma Vivência da Cultura Popular Através da Fotografia Documental da Xilogravura e da Música, proposta por Daniela Marco Antonio Alvisi, realizada com recursos da Lei Aldir Blanc, em 2020. Expôs xilogravuras em edições do Festival de Inverno, na Galeria de Arte Ziriguidum, no SESC Poços de Caldas, entre outros.

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