24/05/2024 às 13h18min - Atualizada em 24/05/2024 às 13h30min

"Línguas africanas que fazem o Brasil" é a nova exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa

FONTE: Alan de Faria - [email protected] - FOTO: Guilherme Sai

 
Com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana, projeto destaca a influência das línguas iorubá, eve-fom e do grupo bantu no português falado no Brasil e na cultura nacional. Mostra será aberta nesta sexta, 24 de maio
 
O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos - seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de construir o pensamento. É sobre essas presenças que trata a exposição temporária Línguas africanas que fazem o Brasilcom curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana e realização do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A mostra abre ao público nesta sexta-feira, 24 de maio, e fica em cartaz até janeiro de 2025.  
 
A exposição conta com patrocínio máster da Petrobras, patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, e da John Deere Brasil; e apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA
 
Línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, têm participação decisiva na configuração do português falado no Brasil, seja em seu vocabulário ou na maneira de pronunciar as palavras e de entoar as frases, mesmo que esta estruturação não seja do conhecimento dos falantes. Trata-se de uma história e de uma realidade legadas por cerca de 4,8 milhões de pessoas africanas trazidas de forma violenta ao país entre os séculos 16 e 19, durante o período do regime escravocrata. Além da língua, essa presença pode ser sentida em outras manifestações culturais, como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos.  
 
“Ao mesmo tempo que a gente quer mostrar ao público que falamos uma série de expressões e estruturas que remontam a línguas negro-africanas, também desejamos revelar de que maneira isso acontece. Por que falamos caçula e não benjamim? Por que dizemos cochilar e não dormitar? Essas palavras fazem parte de nosso vocabulário, da nossa vida, do nosso modo de pensar”, afirma Santana. 
 
A exposição Línguas africanas que fazem o Brasil recebe o público com 15 palavras oriundas de línguas africanas impressas em estruturas ovais de madeira penduradas pela sala. Serão destacadas palavras como bundaxingarmarimbondodendêcanjicaminhoca e caçula. O público também poderá ouvi-las nas vozes de pessoas que residem no território da Estação da Luz, onde o Museu está localizado.  
 
O público terá acesso a uma série de registros de manifestações culturais afro-brasileiras e de conteúdos sobre as línguas africanas e sua presença no português do Brasil.  Tudo isso em meio a sons de canções rituais e narrativas em iorubá, fom, quimbundo e quicongo, captados pelo linguista norte-americano Lorenzo Dow Turner nos anos de 1940 na Bahia e cedidos pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos.
 
SERVIÇO: 
Exposição temporária Línguas africanas que fazem o Brasil 
De 24 de maio a janeiro de 2025 
De terça a domingo, das 9h às 16h30 (com permanência até as 18h)  
R$ 24 (inteira); R$ 12 (meia)  
Grátis para crianças até 7 anos / Grátis aos sábados  
Acesso pelo Portão A  
Venda de ingressos na bilheteria e pela internet:  
https://bileto.sympla.com.br/event/90834/   
Endereço: Praça da Língua, s/nº - Luz – São Paulo

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