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22/05/2024 às 15h39min - Atualizada em 22/05/2024 às 15h45min

Existe vacina contra o câncer? Gastrite pode virar câncer? Confira as respostas para essas e outras dúvidas sobre a doença

FONTE: Tree Comunicação - Renan Araujo - [email protected] - FOTOS: Divulgação / Reprodução Google
 
O cirurgião oncológico do Hospital Edmundo Vasconcelos, Vinicius de Borba Marthental, oferece as respostas para algumas das dúvidas mais procuradas pelo público
 
O câncer é considerado a segunda doença que mais mata em todo o mundo e no Brasil também não é diferente, com a existência de mais de 704 mil falecimentos por conta da doença anualmente. Além disso, segundo um estudo do British Medical Journal aponta que nos últimos 30 anos houve um aumento de 79% de casos de câncer entre pessoas com menos de 50 anos. A previsão também é que possa haver 31% mais mortes pela doença nessa população nos próximos seis anos.
 
Especialistas afirmam que é muito importante que as pessoas busquem informações para a conscientização e para buscar novas formas de prevenção e cuidados com a doença. O cirurgião oncológico do Hospital Edmundo Vasconcelos, Vinicius de Borba Marthental, responde abaixo algumas das dúvidas mais comuns sobre o assunto:
 
Cisto pode virar câncer?
Segundo o médico, na maioria dos casos eles não se transformam em câncer e são, em geral, formações benignas que podem aparecer em diversas partes do corpo, como mama, tireoide e rim. “A transformação de um cisto em câncer é rara e depende de vários fatores, incluindo o tipo específico do cisto e sua localização. É importante que qualquer novo cisto ou mudança em um cisto existente seja avaliada por um médico especialista no assunto, para um diagnóstico adequado”, detalha. De acordo com ele, é preciso ter atenção a alguns tipos de cistos de pâncreas e dos rins podem ter características atípicas, então é importante consultar um cirurgião especializado para verificar a possibilidade de realizar uma biópsia ou a retirada da lesão.
 
Gastrite pode virar câncer?
Vinicius explica que doenças crônicas como gastrite crônica, especialmente quando associada à infecção por Helicobacter pylori, podem aumentar o risco de câncer de estômago. “A inflamação crônica do estômago pode levar a alterações pré-cancerosas na mucosa gástrica, que, se não tratadas, podem evoluir para câncer. Portanto, o tratamento eficaz da gastrite e a erradicação do H. pylori são importantes para reduzir esse risco”, afirma ele.
 
Como é o nódulo do câncer de mama? E quais os sinais do câncer de mama, no geral, e em quem está amamentando?
O especialista detalha que o nódulo do câncer de mama frequentemente se apresenta como um caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor. “É importante destacar que nem todos os nódulos na mama são cancerígenos, mas a presença de um nódulo nessas características exige uma avaliação médica para um diagnóstico preciso”, alerta ele.
Já entre os sinais, além do nódulo, Vinicius destaca a presença de alterações na pele da mama, que pode ficar avermelhada ou com aspecto de casca de laranja, mudanças no bico do peito (mamilo), como retração ou alteração de posição, e saída espontânea de líquido de um dos mamilos, que pode ser sanguinolento, claro ou de outra cor. “Em mulheres que estão amamentando, qualquer nódulo ou alteração deve ser avaliada, pois alterações benignas como mastites ou obstruções também são comuns neste período, mas é vital descartar a presença de câncer”, pondera ele.
 
Como a alimentação pode influenciar no desenvolvimento de algum tipo de câncer? Quais as outras formas de se prevenir de um câncer?
O médico do Hospital Edmundo Vasconcelos reforça que a alimentação pode influenciar no desenvolvimento de alguns tipos de câncer. Uma dieta rica em frutas, vegetais, fibras e pobre em gorduras saturadas e carnes processadas, pode reduzir o risco de certos tipos de câncer, incluindo câncer de cólon, mama e próstata, especialmente por conta dos antioxidantes, fibras e outros compostos benéficos presentes nesses alimentos, que podem proteger contra danos celulares.
“Para além dos cuidados com a alimentação, é possível reduzir o risco de desenvolver câncer com a adoção de hábitos saudáveis como praticar exercícios regularmente, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, proteger-se contra infecções que podem levar ao câncer (como HPV e hepatite), evitar a exposição excessiva ao sol e realizar check-ups regulares que incluem exames de detecção precoce para tipos de câncer como de mama, próstata, cólon e colo do útero, conforme recomendações médicas”, garante o médico.

Quais os tipos de câncer mais comuns no Brasil?
O câncer de pele, do tipo não melanoma, engloba o grupo de cânceres mais comuns no Brasil. Segundo dados do INCA, os principais tipos de câncer na mulher brasileira são o câncer de mama, câncer de colo de útero, câncer colorretal, câncer de pulmão e câncer de tireoide. Já para os homens os mais comuns são o câncer de próstata, câncer de pulmão, câncer colorretal, câncer de estômago e câncer de cabeça e pescoço.
 
Qual a importância da vacina HPV e que tipo de câncer ela protege? Quem pode tomar?
O especialista ressalta que a vacina HPV é crucial para prevenir o câncer cervical, câncer anal, de pênis, de vulva, de vagina e orofaríngeo. “A vacina funciona por meio da indução do sistema imunológico a produzir anticorpos contra o HPV, prevenindo assim a infecção”, diz.
São dois tipos de vacinas disponíveis no Brasil: a quadrivalente contra o HPV (protege contra quatro tipos de vírus) e a nonavalente (protege contra nove variantes). “Ambas são eficazes na prevenção de condições causadas pelo HPV, como verrugas genitais e certos tipos de câncer. A nonavalente, por incluir mais tipos do vírus, incluindo variantes de alto risco associadas ao câncer, pode oferecer uma proteção mais ampla”, detalha.
 
O Ministério da Saúde oferece a vacina no SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos para proteger antes do início da vida sexual. Há também uma ampliação do público-alvo para pessoas imunossuprimidas de 9 a 45 anos e vítimas de violência sexual de 9 a 45 anos, com esquemas vacinais adaptados para esses grupos. “Já a vacina nonavalente pode ser administrada em mulheres de meia-idade (27–45 anos), após análise clínica ponderada sobre o risco individual e a situação específica de cada uma, mesmo que as evidências sobre seus efeitos preventivos nessa faixa etária sejam insuficientes”, finaliza.
 
Saiba mais sobre o Hospital Edmundo Vasconcelos no site www.hpev.com.br.

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