FONTE: Site www.aguasdogandarela.org.br - FOTO: Paulo Baptista
Serra do Gandarela vista do Ribeirão da Prata
O projeto Apolo de destruição da Serra do Gandarela volta maquiado de “novo conceito”, mas os impactos previstos ao meio ambiente, população, potencial turístico regional e Parque Nacional da Serra do Gandarela continuam enormes. A ameaça é a mesma há 17 anos: a cobiça, em especial da empresa Vale, em minerar a única serra intacta no Quadrilátero Aquífero-Ferrífero, afirmam os ativistas e idealizadores do site www.aguasdogandarela.org.br
A Serra do Gandarela, em Minas Gerais, na Cordilheira do Espinhaço e no coração do Quadrilátero Ferrífero-Aquífero, localizada muito próxima a Belo Horizonte, nos municípios de Caeté, Santa Bárbara, Raposos e Rio Acima, tem extrema relevância ambiental, reconhecida assim por diversos estudos. Por isso, na região foi criado em 2014 o Parque Nacional, resultado de grande mobilização da sociedade civil que requereu, em 2009, a sua criação. Infelizmente, parte da Serra do Gandarela não está protegida pela Unidade de Conservação federal devido à pressão da Vale S.A. e aliados da mineração, e ficou de fora dos limites a área com mais singularidades e de maior relevância hídrica, importante para as bacias dos rios das Velhas (São Francisco) e Piracicaba (Doce) e para a produção de água para Belo Horizonte e sua Região Metropolitana.
É precisamente nessa área que a Vale S.A. quer o megaempreendimento “Projeto Apolo - Novo Conceito”, uma mina com cava (7km), rebaixamento do lençol freático (200 metros de profundidade), ramal ferroviário (9km), pêra ferroviária, 2 pilhas gigantescas (total de 230 milhões de m3, altura de 250m e 294m e área de 53 e 215 hectares), TCLD (Transportadora de Correia de Longa Distância), usina de beneficiamento, diques, sumps, depósito de explosivos (paiol), estradas internas e externas e demais estruturas.
São previstos impactos ambientais de grande magnitude: destruição da Serra do Gandarela, com sua singular paisagem e biodiversidade; destruição de extensas áreas de recarga (cangas ferruginosas) e do principal aquífero da região (é nele que está o minério de ferro); rebaixamento do lençol freático; comprometimento da quantidade e qualidade das águas nas bacias dos ribeirões da Prata e Preto e córregos São João e Maria Casimira; secamento de nascentes; perda de cachoeiras; supressão de dezenas de cavidades, sítios arqueológicos e grandes áreas de Mata Atlântica e Cerrado; risco à paleotoca (cavidade que foi habitada por animais pré-históricos extintos há mais de 10 mil anos) e 3 outras cavidades de máxima relevância, a trechos de Mata Atlântica primária, à fauna e flora endêmicas e/ou em risco de extinção e à adutora de água de Caeté.
Os impactos sociais previstos nas comunidades e sedes urbanas do entorno são muitos e graves, entre eles: aumento do custo de vida e níveis de poeira, ruído e vibração; intenso tráfego de maquinário e carretas; violência; tráfico de drogas; prostituição adulta e infantil; gravidez precoce; restrições ao lazer nos atrativos naturais como cachoeiras e quedas d´água; dano ao potencial turístico regional.
Como o empreendimento pretendido é no entorno imediato do Parque Nacional da Serra do Gandarela, em alguns pontos a menos de 100 metros, estão previstos impactos às águas, biodiversidade e beleza paisagística e prejuízo à visitação pública.
Por isso foi criado um abaixo-assinado de um manifesto que pede “SIM À SERRA DO GANDARELA E AO PARQUE NACIONAL; NÃO AO PROJETO APOLO - NOVO CONCEITO, DA VALE S.A. no sitewww.aguasdogandarela.org.br. Ao assinar, o internauta se coloca a favor da natureza, biodiversidade, segurança hídrica, qualidade de vida e outras formas de geração de renda para a população de hoje e das futuras gerações.
No texto que acompanha o manifesto, lê-se: “A magnífica Serra do Gandarela fica no Brasil, no Estado de Minas Gerais, a 50 km de sua capital Belo Horizonte, e está seriamente ameaçada pela Vale S.A. e outras empresas de mineração. É um lugar com beleza espetacular, milhares de nascentes, dezenas de cachoeiras, maior aquífero profundo intacto da região, águas de qualidade, segunda maior área contínua da “Mata Atlântica”, vegetação exuberante, riqueza de biodiversidade (fauna e flora endêmicas e em extinção), alta qualidade do ar, mais de cem cavernas, incluindo pelo menos uma paleotoca (utilizada por animais da megafauna pré-histórica, extinta há 10 mil anos) e um importante patrimônio cultural nas comunidades do entorno. Defendemos sua proteção integral, que não está garantida pelo Parque Nacional criado em 2014, e por causa disso estamos lutando há 17 anos pela sua preservação.”
Faça a sua parte. Acesse o site, saiba mais sobre o que vem sendo feito e assine o abaixo-assinado.